E saímos cedinho porque a jornada era longa, digamos mais longa do que o habitual, mas o Alfa torna tudo mais próximo e por isso tivemos de obedecer aos horários da CP.
Alguns levantaram-se às seis e apressaram-se nos atavios para às oito em ponto estarem em Santa Apolónia, estação de origem do percurso, estimado em hora e meia de duração.
E lá estavam todos os que deviam estar, pois que outros foram para o Oriente, por comodidade e conveniência próprias relativamente às áreas de residência.
O Dr José dos Anjos, encarregara-se da logística de aquisição dos bilhetes e estabelecimento dos contactos com a nossa anfitriã em Coimbra a Drª Maria da Conceição, ("São" para os amigos).
Convém talvez dizer o porquê de ser uma senhora a nossa anfitriã e aí vai a explicação: era nosso objectivo, quando da programação da ida a Coimbra, encontrar o Companheiro Manuel dos Santos Catarino que sabíamos residir naquela cidade. Ao estabelecer os contactos preparatórios, o Guilhoto, nosso homem da logística e relações sociais, foi o primeiro a ser surpreendido pela notícia do falecimento do Manuel Catarino, ocorrida há pouco menos de um ano devido a doença fulminante que o acometeu. Perante tão infausta notícia, a primeira reacção foi de anulação do projecto de ida a Coimbra, mas a São, (Drª Maria da Conceição, viúva do Manuel Catarino) fez questão de que tal não acontecesse, insistindo que mantivéssemos o projecto porque ela própria e a Filha mais velha, Drª Marília, seriam as nossas guias e acompanhantes na visita que quiséssemos fazer à cidade. Surgiu assim um novo motivo para a ida a Coimbra: homenagear a memória do nosso antigo Companheiro e Amigo!
E assim, às oito horas precisas do dia 28, o Alfa Pendular para o Porto sai de Santa Apolónia transportando na carruagem do Bar, o grupo de amigos que se completou na Estação do Oriente, ao todo onze elementos, a saber: Antonino Mendonça, Jacinto Latas, Anjos Guilhoto, Lourenço,(um out-sider que não dispensa a nossa companhia e nós a dele), Contreiras, Manuel Túbal, Francisco Acabado e Nobre de Campos, embarcados em Santa Apolónia, e depois o Robalo, o Mata e o Fernandes, (outro out-sider que preza a nossa companhia), que entraram no Oriente.
O Jacinto Latas e o Xico Acabado
O Contreiras e o Túbal
O Antonino Mendonça e o José dos Anjos Guilhoto
O Latas e o Campos (Noca)
À chegada a Coimbra-B aguardava-nos a Drª Maria da Conceição, "a São", a partir de agora
Aspecto do grupo progredindo na plataforma da estação de Coimbra-B
O grupo todo a meio da ponte pedonal sobre o Mondego
Depois de apreciarmos a beleza da cidade, já conhecida, e agora enriquecida pelas obras do Programa Polis que foi concretizado nas margens do Mondego, (antigo Basófias, mas hoje um espelho de água que permite a prática de desportos náuticos de toda a ordem), atravessada a Ponte pedonal, deparou-se-nos o Convento de Santa Clara a Velha, monumento romano/gótico que remonta ao século XIV cujas ruinas se encontravam sepultadas no lôdo das margens desregradas do Mondego e que, após os trabalhos de regularização dos caudais e consolidação das margens do rio, foi possível reerguer, numa acção de recuperação arqueológica digna dos maiores encómios. Foi mesmo atribuído um dos prémios mundialmente mais famosos aos arquitectos e arqueólogos, responsáveis por tão completa e rigorosa reconstituição, que ainda está em marcha.
A São e o Noca com Santa Clara em fundo
Aspecto mais esclarecedor do que ainda falta recuperar da parte conventual
O Fernandes e a Drª Marília no interior da igreja conventual
Ábside e colunas suporte da cúpula inexistente
Outro aspecto da ábside
Terminada a visita ao Convento de Santa Clara a Velha, seguiu-se o almoço num restaurante à beira rio, onde nos foi servida uma fritada de peixe acompanhada de um bom Douro da Casa.
Ementa do Restaurante/Cervejaria "A Portuguesa"
Aspecto da mesa presidida pela São
Outro pormenor em que o Mata está mais entusiasmado e o Fernandes sempre fotogénico
O Fernandes e o Antonino, ambos no seu melhor
Aqui, o Latas e o Xico Acabado estão bem dispostos, como sempre
Do outro lado da mesa o Túbal, o Guilhoto, o Robalo e O Lourenço consultam o cardápio
Terminado o almoço, fomos para a baixa da cidade embrenhar-nos na cultura daquela histórica urbe. Começamos por Santa Cruz, onde admirámos e recordámos o nosso primeiro rei, Afonso I, que ali está sepultado.
Seguiu-se São Teotónio, também ali venerado, como Primeiro Prior de Santa Cruz, que foi.
Admirámos o púlpito de João de Ruão, obra única e inigualável
Depois na Sé Velha, pudemos ver o estilo românico, na sua expressão mais pura
E esta concha gigante que serve de Pia de água benta
Vimos ainda a casa onde viveu Zeca Afonso, enquanto estudante, mesmo ali frente à Sé Velha.
Comprados os souvenires para as nossas jovens esposas e feitas as despedidas da nossa guia que tão simpaticamente nos recebeu e acompanhou durante todo o dia, foi tempo de regressar.
Pelas 18H28 saimos de Coimbra-A e às 18H45 precisas saímos de Coimbra-B no Alfa Pendular rumo a Lisboa. Foi uma jornada muito preenchida e agradável para todos os que nela participaram.
Nota final: É oportuno fazer aqui duas referências especiais:
A primeira à Drª Maria da Conceição, "São", e à filha Drª Marília, pela simpatia, diria até carinho, com que nos receberam - o nosso muito e muito obrigado, bem à portuguesa!
A segunda é ao nosso relações sociais e promotor da logística, o Dr José dos Anjos Guilhoto, que foi incansável no tratamento de todos os pormenores para que tudo decorresse bem, como decorreu. Nem se esqueceu de uns saborosos pastéis de Belém para quebrar o jejum dos mais incautos. Um abraço, Zé, que penso ser de todos, e até à próxima, provavelmente ao Porto.