quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O AMIGO DE UM AMIGO MEU ENVIOU-ME ESTAS REFLEXÕES


REFLEXÕES DE UM AMIGO MEU


Vila Velha, 22 de Dezembro de 2009

Anoiteceu agora, depois de um dia ventoso com o sol envergonhado a espreitar-nos entre núvens.
E nós cá vamos a fazer compras e a escolher presentes no meio de um consumismo atroz, que nos vai escravizando nestas alturas do ano.
Com o Pai Natal sempre à espreita e sob a sua atenta vigilância.

Almas generosas e crentes fizeram presépios.
E lá está um Menino, nu e pobre, entre animais, a sorrir para os pastores e para os reis, perante o olhar deliciado dos pais.
É por isto que há Natal.
Eu sei que o Menino não nasceu nesta data.
Porque era a festa do Sol que iniciava a sua subida no horizonte, porque o Menino ainda é Sol de alegria e salvação para muitos, porque era necessário substituir festas pagãs por uma festa cristã, por estas e outras razões, aqui festejamos com ternura, com prendas, com licores, luzes e música, o aniversário do Menino em que Deus se revelou Amor.
Eu sei que, provavelmente não nasceu em Belém – de Nazaré era com certeza – mas o encanto do presépio da nossa infância, que admirávamos com os olhos esbugalhados, permanece perene, feito de musgo e de fontes de água a correr, com lagos de espelhos e rebanhos espalhados pela serra.
Só pela recordação, tudo vale a pena.

Gestos de solidariedade – distribuição de alimentos, atenção aos sem abrigo, visita a familiares e amigos distantes - são luzes pequeninas que brilham na escuridão dos egoísmos e da insensibilidade.
Mas, apesar daquilo em que não acredito, acredito que não se deixará nunca de festejar o Natal. É preciso embrulhar este Mundo, gelado e agressivo, num capote quente de solidariedade e paz.

Anoiteceu totalmente. O frio percorre as ruas e a ventania fustiga os campos.
Os egoísmos e as guerras fustigam as nossas vidas. Que venha a Paz.
Boas-festas
Amanhã teremos um NOVO DIA

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Portugal Vale a Pena

«Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade de recém-nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia.
Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.
Mas onde outra é líder mundial na produção de feltros para chapéus. Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende para mais de meia centena de mercados.
E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através do qual você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.
Eu conheço um país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários prémios internacionais.E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistema financeiro e tem as melhores agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros).
Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de energia através das ondas do mar. E que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a Europa por via informática.
Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a pequenas e médias empresas.
Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência. Ou que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas. Ou que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado mundial. Ou que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça. Ou que produz um vinho que "bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos espanhóis.
E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência Espacial Europeia. Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis. E que está a construir ou já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pouco por todo o mundo.
O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive - Portugal.
Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses. Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software, Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do Monte d'Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Space Services. E, obviamente, Portugal Telecom Inovação. Mas também dos grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e AmorimTurismo.
E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas dirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há anos e anos obtêm grande sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu em Portugal um sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e de que tipo são vendidas em cada estabelecimento da cadeia norte-americana).
É este o País em que também vivemos.
É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas na saúde, no ambiente, etc.
Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que não acompanhou o progresso. Do que se atrasou em relação à média europeia.
Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito. De nos orgulharmos disso. De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos - e não invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma velhinha vestida de preto, puxando pela arreata um burro que, por sua vez, puxa uma carroça cheia de palha. E ao mostrarmos ao mundo os nossos sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito.
Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os bons serem também seguidos?» [Revista Exportar via SIAP 2009]
Autor Nicolau Santos, por deferência de O Jumento

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Matita dixit

quarta-feira, 2 de Dezembro de 2009

Li e gosei (no bom sentido) com o artigo do NOCA sobre o n/almoço de 4ª feira. Apreciei a confissão do Guilhoto, faz falta às vezes pormos algo de nós cá fora e não apenas ouvir o que outros põem; isso e outras coisas sempre interessantes que mais `facilmente compartilhamos com quem as viveu connosco ou próximo. Creio ser esta a grande causa do nosso, pelo menos meu, sentimento de prazer nestes convivios.
Sobre as projectadas idas ao Porto e Castelo Branco, estou sempre de acordo, onde e quando quiserem.
Acerca da minha proposta de nos passarmos a encontrar na Praça da Figueira:- Acho a ideia prática porque é ali que presentemente se cruzam todas as linhas do metro,o barco tambem fica próximo, o comboio tambem alem de que se torna mais fácil e próximo arranjar estacionamento para quem leve carro.- Esta alteração permitiria um acesso mais cómodo quer chova quer esteja muitocalor- Subsiste a questão romantico/histórica da Casa do Alentejo! Confesso que apreciaria mais combinarmos um ou dois almoços anualmente lá do que parar mensalmenteà porta sem nunca entrarmos como se fosse algo de inacessível, uma ambição, porque?^No entanto que fique claro que alinharei de boa vontade no que escolherem.
E já agora um pedido, escrevam, encham o NOCA de trabalho, discordem, barafustem, dêem vida a este blog, precisa de muito mais vida.

Um abraço do MATITA
Publicada por Fenix
em 13:17

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Última quarta feira de Novembro

Uma tarde chuvosa de fim de Outono obrigou a alterar o local de encontro.
Por sugestão e control telegénico do Mata, todos compareceram directamente no "Baleal".
Além do referido Mata e seu/nosso amigo Fernandes, estiveram presentes o Guilhoto e o Latas, o Xico Acabado e o Robalo, o Noca e o Lourenço e finalmente o Xarrama e o Silva Pinto. Isto dito assim, para respeitar a ordem de ocupação da mesa contando da esquerda para a direita, para quem estivesse de costas para a parede longitudinal mais próxima.
Consultado o cardápio e escolhidos os pitéus, (a maioria foi no "polvo à lagareiro"), e escolhidos os vinhos: um jarro da casa, tinto, outro de branco à pressão, o Latas optou por um tinto da talha, que não dispensa, entrou-se propriamente no convívio comensal, (de mesa e mês, como quiserem).
A primeira abordagem foi para lembrar a ida a Coimbra no mês anterior, congratulando-se todos pelo modo como tudo decorreu, ressaltando especialmente a recepção que nos foi dispensada pela São e pela Marília, como expressivamente consta de posts anteriores referentes a esse evento.
O Guilhoto, especialista em relações sociais, redigiu uma expressiva mensagem que, depois de aprovada pela assembleia presente, seguiu por SMS, para aquelas duas amigas que nunca esqueceremos.
Ficou combinado que me seria enviada cópia desse SMS e da eventual resposta, para serem publicadas neste blog.
Os temas de conversas foram diversos, convindo realçar uma proposta para alterar o local de concentração sobretudo para os dias chuvosos como o de hoje, não tendo ficado nada decidido em definitivo, parecendo que o melhor é mesmo continuar sem alteração ou ser alterado "ad hoc", quando as circunstâncias o impuserem: os telemóveis servem para acertar alterações de última hora.
Passou-se depois ao lançamento de projectos futuros de deslocação do grupo, ficando já decidido que em Janeiro, o encontro será no mesmo local e então se resolverá a ida a Castelo Branco em Fevereiro que, segundo opinião expressa pelo Robalo, é o melhor mês, (não sei porquê), para visitar aquela cidade. A ida ao Porto ficará para um mês mais quente, lá para Abril ou Maio, depois se verá.
Como as condições atmosféricas o não permitiram, nem houve passeio peripatético pela baixa pombalina, continuando a cavaqueira por mais algum tempo e saindo dali todos para os respectivos destinos.
Em Dezembro, por causa do Natal, aparecem sempre menos pessoas, por isso não haverá referência neste blog a esse possível encontro. Pelo menos não há esse compromisso.
Aguarda-se o contacto do José Guilhoto para publicar o SMS enviado para Coimbra.
SMS enviado: "Nosso 1º encontro após Coimbra, gr. Amigos Catarino relembram vossa simpática recepção nossa ida Coimbra. Cumprimentos e Bom Natal!"
SMS recebido: "Mta bondade vossa! Nos procurámos receber-vos como o meu krido marido faria. + 1 vez reiteramos a nossa gratidão pr td carinho c k nos brindaram. Bjo da São e da Marília".

domingo, 1 de novembro de 2009

SER ALENTEJANO

Palavra mágica que começa no Além e termina no Tejo, o rio da portugalidade. O rio que divide e une Portugal e que, à semelhança do Homem Português, fugiu de Espanha à procura do mar.
O Alentejo molda o carácter de um homem. A solidão e a quietude da planície dão-lhe a espiritualidade, a tranquilidade e a paciência do monge; as amplitudes térmicas e a agressividade da charneca dão-lhe a resistência física, a rusticidade, a coragem e o temperamento do guerreiro. Não é alentejano quem quer. Ser alentejano não é um dote, é um dom. Não se nasce alentejano, é-se alentejano.
Portugal nasceu no Norte, mas foi no Alentejo que se fez Homem. Guimarães é o berço da Nacionalidade; Évora é o berço do Império Português. Não foi por acaso que D. João II se teve de refugiar em Évora para descobrir a Índia. No meio das montanhas e das serras, um homem tem as vistas curtas; só no coração do Alentejo, um homem consegue ver ao longe.
Mas foi preciso Bartolomeu Dias regressar ao reino, depois de dobrar o Cabo das Tormentas, sem conseguir chegar à Índia, para D. João II perceber que só o costado de um alentejano conseguia suportar com o peso de um empreendimento daquele vulto. Aquilo que, para o homem comum, fica muito longe, para um alentejano, fica já ali. Para um alentejano, não há longe, nem distância, porque só um alentejano percebe intuitivamente que a vida não é uma corrida de velocidade, mas uma corrida de resistência onde a tartaruga leva sempre a melhor sobre a lebre.
Foi, por esta razão, que D. Manuel decidiu entregar a chefia da armada decisiva a Vasco da Gama. Mais de dois anos no mar... E, quando regressou, ao perguntar-lhe se a Índia era longe, Vasco da Gama respondeu: «Não, é já ali.». O fim do mundo, afinal, ficava ao virar da esquina.
Para um alentejano, o caminho faz-se caminhando e só é longe o sítio onde não se chega sem parar de andar. E Vasco da Gama limitou-se a continuar a andar onde Bartolomeu Dias tinha parado. O problema de Portugal é precisamente este: muitos Bartolomeu Dias e poucos Vasco da Gama. Demasiada gente que não consegue terminar o que começa, que desiste quando a glória está perto e o mais difícil já foi feito. Ou seja, muitos portugueses e poucos alentejanos.
D. Nuno Álvares Pereira, aliás, já tinha percebido isso. Caso contrário, não teria partido tão confiante para Aljubarrota. D. Nuno sabia bem que uma batalha não se decide pela quantidade mas pela qualidade dos combatentes. É certo que o rei de Castela contava com um poderoso exército composto por espanhóis e portugueses, mas o Mestre de Avis tinha a vantagem de contar com meia-dúzia de alentejanos. Não se estranha, assim, a resposta de D. Nuno aos seus irmãos, quando o tentaram convencer a mudar de campo com o argumento da desproporção numérica: «Vocês são muitos? O que é que isso interessa se os alentejanos estão do nosso lado?»
Mas os alentejanos não servem só as grandes causas, nem servem só para as grandes guerras. Não há como um alentejano para desfrutar plenamente dos mais simples prazeres da vida. Por isso, se diz que Deus fez a mulher para ser a companheira do homem. Mas, depois, teve de fazer os alentejanos para que as mulheres também tivessem algum prazer. Na cama e na mesa, um alentejano nunca tem pressa. Daí a resposta de Eva a Adão quando este, intrigado, lhe perguntou o que é que o alentejano tinha que ele não tinha: «Tem tempo e tu tens pressa.» Quem anda sempre a correr, não chega a lado nenhum. E muito menos ao coração de uma mulher. Andar a correr é um problema que os alentejanos, graças a Deus, não têm. Até porque os alentejanos e o Alentejo foram feitos ao sétimo dia, precisamente o dia que Deus tirou para descansar.
E até nas anedotas, os alentejanos revelam a sua superioridade humana e intelectual. Os brancos contam anedotas dos pretos, os brasileiros dos portugueses, os franceses dos argelinos... só os alentejanos contam e inventam anedotas sobre si próprios. E divertem-se imenso, ao mesmo tempo que servem de espelho a quem as ouve.
Mas, para que uma pessoa se ria de si própria, não basta ser ridícula, porque ridículos todos somos. É necessário ter sentido de humor. Só que isso é um extra só disponível nos seres humanos topo de gama.
Não se confunda, no entanto, sentido de humor com alarvice. O sentido de humor é um dom da inteligência; a alarvice é o tique da gente bronca e mesquinha. Enquanto o alarve se diverte com as desgraças alheias, quem tem sentido de humor ri-se de si próprio. Não há maior honra do que ser objecto de uma boa gargalhada. O sentido de humor humaniza as pessoas, enquanto a alarvice diminui-as.
E as anedotas alentejanas são autênticas pérolas de humor: curtas, incisivas, inteligentes e desconcertantes, revelando um sentido de observação, um sentido crítico e um poder de síntese notáveis.
Não resisto a contar a minha anedota preferida. Num dia em que chovia muito, o revisor do comboio entrou numa carruagem onde só havia um passageiro. Por sinal, um alentejano que estava todo molhado, em virtude de estar sentado num lugar junto a uma janela aberta. «Ó amigo, por que é que não fecha a janela?», perguntou-lhe o revisor. «Isso queria eu, mas a janela está estragada.», respondeu o alentejano. «Então por que é que não troca de lugar?» «Eu trocar, trocava... mas com quem?»
Como bom alentejano que me prezo de ser, deixei o melhor para o fim. O Alentejo, como todos sabemos, é o único sítio do mundo onde não é castigo uma pessoa ficar a pão e água. Água é aquilo por que qualquer alentejano anseia. E o pão... Mas há melhor iguaria do que o pão alentejano? O pão alentejano come-se com tudo e com nada. É aperitivo, refeição e sobremesa. E é o único pão do mundo que não tem pressa de ser comido. É tão bom no primeiro dia como no dia seguinte ou no fim da semana. Só quem come o pão alentejano está habilitado para entender o mistério da fé. Comê-lo faz-nos subir ao Céu!
É por tudo isto que, sempre que passeio pela charneca numa noite quente de verão ou sinto no rosto o frio cortante das manhãs de Inverno, dou graças a Deus por ser alentejano. Que maior bênção poderia um homem almejar?
Obs.: Texto enviado por um amigo, Alentejano, claro.

Um pouco de humor, não faz mal a ninguém!

A propósito de Santa Clara a Velha lembrei-me desta quadra muito antiga certamente.
"As freiras de Santa Clara
Quando vão rezar o Côro
Dizem umas para as outras:
Quem me dera o namoro!"
Autor desconhecido.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Uma simples homenagem

Como remate da nossa visita a Coimbra aqui fica a fotografia da nossa primeira anfitriã, a São, como quer que a tratemos, por nos considerar seus amigos, o que muito nos orgulha.
Em representação de todos os companheiros e amigos que tiveram o previlégio de usufruir da recepção que nos fez no dia 28 de Outubro de 2009, em Coimbra, aqui lhe rendo a minha homenagem e preito de admiração, como mulher forte que é, com os agradecimentos de todos, pelo modo como fomos recebidos.
Muito obrigados, e até uma próxima oportunidade, que esperamos seja breve!

Ainda e sempre Coimbra

Fotos cedidas pela nossa anfitriã Drª Marília Bacanhim a quem endereço os meus agradecimentos.

Durante a travessia da Ponte Pedonal sobre o Mondego o Lourenço não se cansou de referir pontos importantes e que lhe eram familiares por ali ter passado alguns anos, de juventude.

A meio da ponte fez-se a fotografia de grupo

Este é o Pavilhão de apoio ao sítio arqueológico de Santa Clara a Velha. Ali funciona um auditório, várias salas de exposições e o Centro de Interpretação do "sítio".

Ainda a propósito de Coimbra - A Tricana e os Ursos

O progresso não perdoa. O Programa Polis, em Coimbra, criou espaços muito bonitos e funcionais – é uma delícia passear pelas margens do “Basófias”, agora dominado e transformado num espelho de água permanente. Pena é que o civismo de alguns e a incúria de outros, refiro-me aos serviços camarários, permitam a conspurcação daquelas águas límpidas que vem da nossa serra mais alta, a Estrela. Carrinhos de super-mercado contei uma boa meia dúzia, deitados ao rio. Uma pena! Só que a beleza natural é tanta que, por mais barbaridades que façam, não a conseguirão destruir.

Onde dantes havia Tricanas, nas margens do Mondego, cantadas pelos poetas mais representantivos do nosso cancioneiro, está agora um Urso verde, de plástico claro.

A Tricana, essa foram colocá-la numa rua íngreme, quase inacessível, da zona histórica da cidade, ali mesmo ao pé da Sé Velha, onde outros "ursos" se deixaram fotografar a seu lado.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Fomos a Coimbra, pois fomos!!!

E saímos cedinho porque a jornada era longa, digamos mais longa do que o habitual, mas o Alfa torna tudo mais próximo e por isso tivemos de obedecer aos horários da CP.
Alguns levantaram-se às seis e apressaram-se nos atavios para às oito em ponto estarem em Santa Apolónia, estação de origem do percurso, estimado em hora e meia de duração.
E lá estavam todos os que deviam estar, pois que outros foram para o Oriente, por comodidade e conveniência próprias relativamente às áreas de residência.
O Dr José dos Anjos, encarregara-se da logística de aquisição dos bilhetes e estabelecimento dos contactos com a nossa anfitriã em Coimbra a Drª Maria da Conceição, ("São" para os amigos).
Convém talvez dizer o porquê de ser uma senhora a nossa anfitriã e aí vai a explicação: era nosso objectivo, quando da programação da ida a Coimbra, encontrar o Companheiro Manuel dos Santos Catarino que sabíamos residir naquela cidade. Ao estabelecer os contactos preparatórios, o Guilhoto, nosso homem da logística e relações sociais, foi o primeiro a ser surpreendido pela notícia do falecimento do Manuel Catarino, ocorrida há pouco menos de um ano devido a doença fulminante que o acometeu. Perante tão infausta notícia, a primeira reacção foi de anulação do projecto de ida a Coimbra, mas a São, (Drª Maria da Conceição, viúva do Manuel Catarino) fez questão de que tal não acontecesse, insistindo que mantivéssemos o projecto porque ela própria e a Filha mais velha, Drª Marília, seriam as nossas guias e acompanhantes na visita que quiséssemos fazer à cidade. Surgiu assim um novo motivo para a ida a Coimbra: homenagear a memória do nosso antigo Companheiro e Amigo!
E assim, às oito horas precisas do dia 28, o Alfa Pendular para o Porto sai de Santa Apolónia transportando na carruagem do Bar, o grupo de amigos que se completou na Estação do Oriente, ao todo onze elementos, a saber: Antonino Mendonça, Jacinto Latas, Anjos Guilhoto, Lourenço,(um out-sider que não dispensa a nossa companhia e nós a dele), Contreiras, Manuel Túbal, Francisco Acabado e Nobre de Campos, embarcados em Santa Apolónia, e depois o Robalo, o Mata e o Fernandes, (outro out-sider que preza a nossa companhia), que entraram no Oriente.
O Jacinto Latas e o Xico Acabado
O Contreiras e o Túbal
O Antonino Mendonça e o José dos Anjos Guilhoto
O Latas e o Campos (Noca)
À chegada a Coimbra-B aguardava-nos a Drª Maria da Conceição, "a São", a partir de agora
Aspecto do grupo progredindo na plataforma da estação de Coimbra-B
O grupo todo a meio da ponte pedonal sobre o Mondego
Depois de apreciarmos a beleza da cidade, já conhecida, e agora enriquecida pelas obras do Programa Polis que foi concretizado nas margens do Mondego, (antigo Basófias, mas hoje um espelho de água que permite a prática de desportos náuticos de toda a ordem), atravessada a Ponte pedonal, deparou-se-nos o Convento de Santa Clara a Velha, monumento romano/gótico que remonta ao século XIV cujas ruinas se encontravam sepultadas no lôdo das margens desregradas do Mondego e que, após os trabalhos de regularização dos caudais e consolidação das margens do rio, foi possível reerguer, numa acção de recuperação arqueológica digna dos maiores encómios. Foi mesmo atribuído um dos prémios mundialmente mais famosos aos arquitectos e arqueólogos, responsáveis por tão completa e rigorosa reconstituição, que ainda está em marcha.
A São e o Noca com Santa Clara em fundo
Aspecto mais esclarecedor do que ainda falta recuperar da parte conventual
O Fernandes e a Drª Marília no interior da igreja conventual


Ábside e colunas suporte da cúpula inexistente
Outro aspecto da ábside
Terminada a visita ao Convento de Santa Clara a Velha, seguiu-se o almoço num restaurante à beira rio, onde nos foi servida uma fritada de peixe acompanhada de um bom Douro da Casa.

Ementa do Restaurante/Cervejaria "A Portuguesa"
Aspecto da mesa presidida pela São
Outro pormenor em que o Mata está mais entusiasmado e o Fernandes sempre fotogénico
O Fernandes e o Antonino, ambos no seu melhor
Aqui, o Latas e o Xico Acabado estão bem dispostos, como sempre

Do outro lado da mesa o Túbal, o Guilhoto, o Robalo e O Lourenço consultam o cardápio
Terminado o almoço, fomos para a baixa da cidade embrenhar-nos na cultura daquela histórica urbe. Começamos por Santa Cruz, onde admirámos e recordámos o nosso primeiro rei, Afonso I, que ali está sepultado.

Seguiu-se São Teotónio, também ali venerado, como Primeiro Prior de Santa Cruz, que foi.
Admirámos o púlpito de João de Ruão, obra única e inigualável
Depois na Sé Velha, pudemos ver o estilo românico, na sua expressão mais pura
E esta concha gigante que serve de Pia de água benta
Vimos ainda a casa onde viveu Zeca Afonso, enquanto estudante, mesmo ali frente à Sé Velha.
Comprados os souvenires para as nossas jovens esposas e feitas as despedidas da nossa guia que tão simpaticamente nos recebeu e acompanhou durante todo o dia, foi tempo de regressar.
Pelas 18H28 saimos de Coimbra-A e às 18H45 precisas saímos de Coimbra-B no Alfa Pendular rumo a Lisboa. Foi uma jornada muito preenchida e agradável para todos os que nela participaram.
Nota final: É oportuno fazer aqui duas referências especiais:
A primeira à Drª Maria da Conceição, "São", e à filha Drª Marília, pela simpatia, diria até carinho, com que nos receberam - o nosso muito e muito obrigado, bem à portuguesa!
A segunda é ao nosso relações sociais e promotor da logística, o Dr José dos Anjos Guilhoto, que foi incansável no tratamento de todos os pormenores para que tudo decorresse bem, como decorreu. Nem se esqueceu de uns saborosos pastéis de Belém para quebrar o jejum dos mais incautos. Um abraço, Zé, que penso ser de todos, e até à próxima, provavelmente ao Porto.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Vamos a Coimbra? Vamos!!!

Depois de uma aplicada logística a cargo do Guilhoto, está tudo nos carris para que a nossa visita à Cidade dos Estudantes seja uma realidade interessante.
O Alfa Pendular das 08H00, Santa Apolónia, será o transporte confortável que nos levará até Coimbra-B, onde chegaremos pelas 09H30. Seguir-se-á uma visita a pontos interessantes da cidade e depois um almoço de convívio, em restaurante que as nossas anfitriãs, (a viúva e a filha do malogrado Catarino, entretanto falecido), nos indicarão com a maior generosidade.
A elas os nossos agradecimentos antecipados.
Esperamos que seja uma boa jornada! Até lá!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Colaboração de um Amigo de um Amigo meu

Na sequência das turbulentas e acesas discussões do almoço de ontem, anexo um conto retirado do "site" Servicios koinonia. Os dois paradigmas de Igreja estão perfeitamente desenhados nesta pequena história brasileira. A Igreja formal, rica de arte e ouro, poderosa e imponente, fechada aos pobres e ao mundo, solenemente cantada em desconhecidas linguagens, sob lustrosas cúpulas ornamentadas a ouro e prata. No outro lado, perdida no nevoeiro da vida e do mundo, está a igreja comunidade fraterna, atenta aos mais pobres, onde os gestos realizam precisamente aquilo que significam: o pão é verdadeiramente pão e, partilhado, é verdadeiramente o Corpo de Cristo; onde o vinho é verdadeiramente vinho e, partilhado, é verdadeiramente vinho para a alegria e salvação de muitos.
Deixei-me vencer, ao ler este conto, não só pela poesia que o envolve, mas sobretudo pela esperança de que, na igreja/comunidade fraterna, o Cristianismo não morrerá nunca. Porque "pobres sempre os tereis convosco".
Não quero alargar-me mais na minha reflexão. Faz bem ler este conto!
Um abraço
A.M.


A Ceia Eucarística em São Pedro
Sávio CORINALDESI


Irmã Olinda tinha chegado fazia poucos dias do Brasil para completar seus estudos em Roma e preparar-se para uma das missões da Congregação. Na tarde da Quinta Feira Santa, a superiora perguntou à Irmã Teresa se poderia acompanhar a jovem brasileira em São Pedro, onde tinham conseguido dois ingressos para a Missa do Lava-pés.
A basílica resplandecia de luzes e a irmãzinha estava deslumbrada com tantas maravilhas. O lugar reservado a elas permitia uma magnífica visão do conjunto. O papa presidia, rodeado de cardeais, arcebispos, bispos e uma multidão de sacerdotes, tudo num oceano de cores e de sons que a deixavam assombrada. Lembrou o carnaval do Rio que a televisão levava fielmente, todos os anos, até o coração da mata amazônica onde tinha nascido. Envergonhou-se logo desse pensamento desrespeitoso e procurou concentrar-se no solene rito que se desenvolvia debaixo de seus olhos. Nos primeiros bancos e nos lugares a eles reservados, os membros do Corpo Diplomático e da nobreza romana ostentavam seus trajes de cerimônia, austeros os dos homens, elegantíssimos os das mulheres. Em suas cabines, discretos, mas em plena atividade, os operadores de TV captavam e enviavam para o mundo as imagens que ela observava com seus próprios olhos.
Procurou acompanhar a homilia do papa, mas não conseguiu por muito tempo: conhecia já bastante a língua italiana, mas a pregação lhe resultava difícil.
Lembrou a última Semana Santa passada em sua comunidade, antes de entrar no noviciado. Tinha apenas vinte anos, mas era a líder incontestada do Cabresto, uma comunidade rural distante uns 30 km da sede do município. Não tinha nascido ali, mas ali tinha crescido desde menina. Tinha freqüentado a pobre escola do lugar, com uma única professora que ensinava o pouco que sabia a todos os garotos e garotas dos 6 aos 12 anos. Tinha-se distinguido tanto que, quando a velha professora se mudou para a cidade, com a família, os pais do Cabresto tinham pedido ao prefeito que colocasse ela no lugar. Seu nome de batismo era Olinda, mas todos a tinham sempre chamado Lindinha e também quando se tornou professora, pais e crianças continuaram tratando-a de Lindinha.
Nesse tempo o vigário veio celebrar a Missa no Cabresto. O fazia todos os meses, quando podia. Quis saber se alguém poderia cuidar do catecismo. Todos concordaram que ninguém poderia fazê-lo melhor que ela. Muito jovem, franzina, com um sorriso tímido e a voz doce, era respeitada naturalmente por todos. Participava na paróquia dos cursos de catequese e de formação das lideranças, gostava de ler e procurava manter-se informada o tanto que o isolamento da floresta lhe permitia. O único que não a suportava era o Dr. Vitalino, dono de uma grande fazenda no Cabresto.
O filho da viúva Raquel trouxe uma bandeja com os doces preparados pela mãe, que, porém, não viria porque sua muleta tinha quebrado. Mas Lindinha não se conformou. Chamou um dos jovens:
- Tavico, junta três ou quatro colegas e tragam aqui a senhora Raquel que não pode caminhar.
Pouco tempo depois o grupo fazia a sua solene entrada na capela: quatro jovens seguravam uma robusta vara na qual estava amarrada a rede que trazia a senhora Raquel, radiante.
Agora estavam todos. Isto é, quase todos. O Dr. Vitalino e sua família tinham viajado no sábado para ir passar a Semana Santa em Salinas, a praia da gente fina da capital.
A celebração saiu bonita mesmo. A Lindinha (quero dizer, Irmã Olinda) sente a saudade apertar sua garganta lembrando aquela noite.
Nonato tinha sido particularmente bem sucedido comentando o Evangelho da instituição da Eucaristia, recordando a luta de dois anos antes e tinha-se emocionado relembrando gestos de solidariedade que, a partir de então, transformara o Cabresto numa verdadeira comunidade.
No lava-pés as crianças tinham lavado os pés dos pais, que receberam a homenagem com a maior seriedade. Durante o ofertório foi feita a coleta, cuja arrecadação seria destinada ao Sr. Feitosa, que estava em Belém, ao lado da mulher recém operada. Terminado o culto, os objetos litúrgicos e as toalhas foram guardados no armário e o altar voltou a ser a mesa sobre a qual as mães foram colocando – não sem uma pontinha de orgulho – sua respectiva “janta”.
- “Comeremos todos juntos o que cada uma tiver trazido” era o lema de suas refeições comunitárias.
A novidade daquela noite foi o conteúdo da bandeja da senhora Anália, matriarca da família Neves, recém chegada no Cabresto, de Minas Gerais. Poucos dos presentes conheciam o pão de queijo mineiro, mas a novidade teve sucesso total.
Aí o velho Neves contou como a Semana Santa é celebrada na sua terra. Mais tarde as gêmeas da família Sívori, descendentes de italianos e procedentes do Rio Grande do Sul, cantaram uma canção que os jovens de lá usam enquanto passam, em grupos, de casa em casa para recolher ovos que, devidamente pintados e cozidos, serão comidos após a celebração da noite de Sábado Santo.
A única nota triste foi provocada por ela, Lindinha.
- Como vocês sabem, esta é a última Semana Santa que passo com vocês. No próximo mês deixarei o Cabresto para entrar na casa de formação das Missionárias de Maria.
- Porque vás embora? Es tão preciosa aqui! Ou nós não somos filhos de Deus? - São, sim, senhor Sívori. Veja, acabamos de celebrar a Última Ceia. Nos dissemos que não podemos pensar só em nós. Eu gostaria que também outras pessoas pudessem conhecer as coisas bonitas que o Senhor fez e faz para seus filhos e filhas. Vocês já o sabem.
- E a senhora, Dona Dora, vai deixar sua filha ir embora?
- Senhor Sívori, suas crianças são ainda pequenas. Mas logo vão crescer e o senhor entenderá que os filhos nós os fazemos, com a graça de Deus, mas não são nossos...
Irmã Olinda sente uma forte saudade daqueles momentos tão intensos. Mas a Irmã Teresa a sacode. Chegou o momento da comunhão.
Enquanto avança lentamente na fila, sente-se culpada pela longa distração. Quando chega a sua vez, estende a mão para receber a hóstia, mas o padre, com gesto mecânico, enfia a partícula em sua boca.
De volta ao seu lugar, a emoção das lembranças se transforma num choro suave e melancólico, que procura esconder cobrindo o rosto com as mãos.
Chegam em casa já tarde. As Irmãs que participaram da Missa na paróquia já estão dormindo. Também a Irmã Olinda se retira no seu quarto. Antes de adormecer, ouve a superiora que pergunta à Ir. Teresa:
- E então, nossa brasileirinha gostou da cerimônia?
- Acho que sim. Quando saímos de São Pedro tinha os olhos vermelhos...
- Pode apostar! Lá, no meio do mato uma cerimônia come esta, ela não ia poder nem sonhar.
Sávio Corinaldesi
Brasil

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

30 de Setembro - Última quarta feira

Dez convivas, tantos foram os que compareceram ao encontro de ontem, no habitual almoço na Cervejaria "Baleal", à Rua da Madalena, em Lisboa.
Aqui vão já os respectivos nomes para que conste: Robalo, Jacinto Xarrama, Jacinto Latas, José Augusto Guilhoto, José Contreiras, Silva Pinto, Antonino Mendonça, Fernandes, Manuel Mata (Matita) e Noca.
O ambiente estava bom com a mesa rectangular,(3 + 3 nas laterais e 2 + 2 nas cabeceiras), permitindo uma óptima comunicação visual entre todos os comensais. Outro tanto não se puderá dizer relativamente à comunicação verbal devido à dureza dos nossos muito usados ouvidos, cuja acuidade já não tem aquela limpidez que nos caracterizava e o ambiente exigia.
Perderam-se assim alguns pormenores de conversas interessantes: recordo apenas como exemplo a produção verbal do meu principal interlocutor, o Contreiras, que bem se esforçou, mas que eu não percebi nada do que me queria dizer - ía-lhe acenando que sim para não o desiludir, desculpa Zé.
Apesar disso foi muito animado o repasto, onde predominou o polvo "à Lagareiro", uma delícia, e as conversas foram diversas e interessantes, com predomínio para a abordagem à comunicação de Cavaco Silva na noite anterior.
Ninguém teve a coragem ou condão de dizer que percebera o sentido ou mesmo o alcance de tal comunicação, sobretudo porque, dadas as circunstâncias em que foi produzida, pareceu a uns confusa e a outros inconsequente: àqueles porque se limitaram a não perceber o que o sr queria dizer na sua; a estes porque, a ser assim, só haveria duas saídas, a saber: ou o homem resignava ou corria com tão "malfadado governo". Ora nada disso aconteceu e a montanha pariu um rato, tornando tudo ainda mais confuso.
Sabemos que nada disso poderia ter acontecido, primeiro porque homem tão determinado não desiste de "salvar" a pátria e para correr com o governo teria de dissolver o Parlamento, o que seria um acto inútil e desnecessário uma vez que o povo soberano já elegeu outra configuração parlamentar.
A dada altura, a propósito do nome do Mendonça, pai do "Frei Bernardo", disse-se que "Antonino" era um nome isótico e que havia muito poucos com esse nome, mas alguém recordou existir um bispo com tal nome. Não se sabendo quem era o bispo assim chamado, lá tivemos de recorrer à nossa "episcopédia", o Robalo, que prontamente esclareceu tratar-se do bispo de Portalegre-Castelo Branco, cuja cátedra ocupa há x anos e antes fora auxiliar do bispo do Porto.
Terminado o almoço, deambulámos pela Praça da Figueira, Rua da Betesga, Rossio, São Domingos e Portas de Santo Antão, não perdendo o ponto principal de referência, a Casa do Alentejo. Embora nem lá entremos, há qualquer coisa de mítico nesta nossa relação com aquela Casa: é ali que nos encontramos e é dali que dispersamos - é como se fossemos ao Alentejo e voltássemos.
Alguns mais apressados foram aos seus destinos, mas um pequeno grupo, a que se juntou o amigo Lourenço entretanto aparecido, continuou no cavaqueio, pela Rua do Coliseu e Sociedade de Geografia, até uma cervejaria com esplanada de rua onde sentámos arraiais numa tertúlia ad hoc para abordagem de outros assuntos, tendo chegado à conclusão que é possível haver um monárquico republicano que, sendo comunista, votou no PSD. Coisas!!!...
Perspectiva-se para a próxima última quarta feira de Outubro uma ida até Coimbra, dependendo das diligências que o Guilhoto vai encetar no sentido de acomodar a logística necessária para que tudo decorra bem.
E pronto todos foram aos seus destinos, até ao fim de Outubro.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

"PODER DIVINO" e "PODER TEMPORAL"

Um Amigo fez-me chegar esta dissertação que me parece muito oportuna para o momento que passa - período eleitoral.
Frei Bento Domingues – 20090920
"Será sempre despropositado tentar extrair dos Evangelhos programas para a construção da vida social, cultural e política:
1.Os católicos portugueses celebram, hoje, a Eucaristia em contexto de campanha eleitoral. Espero que ninguém ceda à tentação de a utilizar para apoiar ou atacar, directa ou indirectamente, qualquer dos partidos, seja qual for o motivo. Não porque as expressões religiosas do culto cristão sejam indiferentes ao que se passa na sociedade. A Igreja mantém, no Baptismo, o chamado rito do Ephphatha, inspirado no Evangelho de S. Marcos (7, 31-37). Conta-se que, certo dia, apresentaram a Jesus um surdo tartamudo. Ele curou-o, abrindo-lhe os ouvidos e desprendendo-lhe a língua. Não consta, no entanto, que Jesus tenha fundado qualquer instituição para tratamento dos ouvidos ou da fala. Não veio substituir os caminhos das ciências, das artes ou das políticas, tarefa da investigação e da criatividade humanas. Será sempre despropositado tentar extrair dos Evangelhos programas para a construção da vida social, cultural e política.Nesse gesto simbólico, exprime-se, no entanto, algo de essencial: não se pode ser cristão e manter-se surdo e mudo perante o que acontece no coração da nossa actualidade. Não porque os cristãos disponham de receitas, prontas a servir, para salvar a natureza ou para alterar o curso da história humana. Como dizia Tomás de Aquino, "a graça não substitui a natureza". A Liturgia, enquanto acontecimento simbólico, é polivalente e ambígua nas suas múltiplas significações, segundo os diferentes participantes. Como respiração da vida, ninguém deve tentar controlar o modo como a celebração é interpretada por aqueles que nela participam de forma activa. Servir-se da Missa para inculcar uma ideologia não é só um abuso intolerável. É impedir que ela seja o grande apelo à conversão de todos pelos caminhos só de Deus conhecidos.
2. A narrativa deste domingo, tirada também do Evangelho de S. Marcos (9, 33-37), é especialmente cruel para os dirigentes da Igreja e isto não diz respeito, apenas, à Igreja dos começos. Como realça a Bíblia de Jerusalém, desde o capítulo quarto até ao capítulo dez, não há meio de os discípulos compreenderem o desígnio e as intervenções de Jesus. É, pelo menos, o que o narrador repete oito vezes, observando que o desentendimento chegara a tal ponto que os discípulos já tinham medo de o interrogar. Como se lê na Missa de hoje, foi, então, o próprio Jesus, quando chegaram a Cafarnaum e já estavam em casa, que teve a iniciativa de lhes perguntar: "Que discutíeis vós pelo caminho?" Não teve resposta, pois andavam a discutir acerca de qual deles era o mais importante. Aproveitou, então, para uma reunião muito frontal e rematou: "Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último, isto é, aquele que se coloca ao serviço de todos."Pelo que vem a seguir, a reunião não deu grande resultado. As discussões continuaram e a questão de fundo era esta: que temos nós a ganhar com este aventureiro, pronto a cair na boca do lobo ao ir para Jerusalém?É verdade que Pedro já tinha tentado chamá-lo à razão, mas foi repreendido e envergonhado perante os outros: "Arreda-te de mim, Satanás, porque não pensas as coisas de Deus, mas dos homens." Jesus aproveitou para radicalizar a sua posição. "Chamando a si a multidão, juntamente com os discípulos, disse-lhes: 'Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Na verdade, quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas, quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, há-de salvá-la. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida? Ou que pode o homem dar em troca da sua vida?'"Esta conversa não agradou. Quando se viram confrontados com a posição de Jesus acerca da incompatibilidade do apego à riqueza com a entrada no Reino de Deus, sentiram a urgência de colocar tudo em pratos limpos. Tiago e João, filhos de Zebedeu, que tinham abandonado a empresa do pai para seguir Jesus, foram ter com Ele e disseram-lhe: "Mestre, concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda." Os outros, julgando-se preteridos, começaram a indignar-se. Para Jesus, esse carreirismo não pode ter lugar na sua Igreja: "Aqueles que vemos governar as nações dominam-nas e os seus grandes tiranizam-nas. Entre vós não deverá ser assim: ao contrário, aquele que, entre vós, quiser ser grande seja o vosso servidor e aquele que quiser ser o primeiro, entre vós, seja o servo de todos. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos" (cf. Mc 10).
3. É consensual que Jesus não encarregou a Igreja de fazer um partido político: "Dai a Deus o que é de Deus e a César o que é de César." As comunidades cristãs, na sua diversidade e no seu interno pluralismo político, para terem algo de original a dizer, terão de não reproduzir, no seu interior, o que criticam na política de dominação. A vida não acaba onde começa o Reino de Deus, como pensava Nietzsche. Pelo contrário, é intensificada ao transformar-se. Ganha quem perde no que faz pela alegria dos outros."

sábado, 19 de setembro de 2009

TVI - A Minha Leitura (José Niza)

Fui director de programas da RTP e depois seu administrador. E garanto-vos que, se alguma vez algum apresentador ou jornalista desse uma entrevista a chamar-me "estúpido", a primeira coisa que aconteceria seria o cancelamento imediato do seu programa, independentemente de haver ou não eleições em curso.
Por isso me parece incompreensível que, embora rios de tinta já se tenham escrito sobre o cancelamento do jornal nacional que Manuela Moura Guedes (MMG) apresentava na TVI, todos os analistas e comentadores tenham ignorado a explosiva e provocatória entrevista que MMG deu ao Diário de Notícias dias antes de a administração da TVI lhe ter acabado com o programa.
Em meu entender essa entrevista, realizada com antecedência para ser publicada no dia do regresso de MMG com o seu jornal nacional, foi a gota de água que precipitou a decisão da TVI. É que, o seu conteúdo, de tão explosivo e provocatório que era, começou a ser divulgado dias antes. E se chegou ao meu conhecimento, mais cedo terá chegado à administração da TVI.
Nessa entrevista MMG chama "estúpidos" aos seus superiores. Aliás, as palavras "estúpidos" e "estupidez" aparecem várias vezes sempre que MMG se refere à administração.
É um documento que merece ser analisado, não somente do ângulo jornalístico, mas sobretudo do ponto de vista comportamental. É uma entrevista de uma pessoa claramente perturbada, convicta de que é a maior ("Eu sou a Manuela Moura Guedes"!) e que se sente perseguida por toda a gente. (Em psiquiatria esse tipo de fenómenos são conhecidos por "ideias delirantes", de grandeza ou de perseguição).
MMG diz-se perseguida pela administração da TVI; afirma que os accionistas da PRISA são "ignorantes"; considera-se "um alvo a abater"; acusa José Alberto de Carvalho, José Rodrigues dos Santos e Judite de Sousa de fazerem "fretes ao governo" e de serem "cobardes"; acusa o Sindicato dos Jornalistas de pessoas que "nunca fizeram a ponta de um corno na vida"; diz que o programa da RTP 2, Clube de Jornalistas, é uma "porcaria"; provoca a ERC (Entidade Reguladora da Comunicação Social); arrasa Miguel Sousa Tavares e Pacheco Pereira, etc.
E quando o entrevistador lhe pergunta se um pivô de telejornal não deve ser "imparcial", "equidistante", "ponderado", ela responde: "Então metam lá uma boneca insuflável"!
Como é que a uma pessoa que assim "pensa" e assim se comporta, pode ser dado tempo de antena em qualquer televisão minimamente responsável?
Ao contrário do que alguns pretendem fazer crer - e como sublinhou Mário Soares - esta questão não tem nada a ver com liberdade de imprensa ou com a falta dela. Trata-se, simplesmente, de um acto e de uma imperativa decisão administrativa, e de bom senso democrático.
Como é que alguém, ou algum programa, a coberto da liberdade de imprensa, pode impunemente acusar, sem provas, pessoas inocentes? É que a liberdade de imprensa não é um valor absoluto, tem os seus limites, implica também responsabilidades. E quando se pisa esse risco, está tudo caldeirado.
Há, no entanto, uma coisa que falta: uma explicação totalmente clara e convincente por parte da administração da TVI, que ainda não foi dada.Vale também a pena considerar os posicionamentos político-partidários de MMG e do seu marido.
J. E. Moniz tem, desde Mário Soares, um ódio visceral ao PS. Sei do que falo. MMG foi deputada do CDS na AR.
Até aqui, nada de especialmente especial. O que já não está bem - e é criminoso - é que ambos se sirvam de um telejornal para impunemente acusarem pessoas inocentes, sem quaisquer provas, instilando insinuações e induzindo suspeições.
Ainda mais reles é o miserável aproveitamento partidário que, a começar no PSD e em M. F. Leite, e a acabar em Louçã e no BE, está a ser feito. Estes líderes políticos, tal como Paulo Portas e Jerónimo de Sousa, sabem muito bem, que nem Sócrates nem o governo tiveram qualquer influência no caso TVI. Eles sabem isto. Mas Salazar dizia: "O que parece, é"!E eles aprenderam.
- 1984. Eu era, então, administrador da RTP. Um dia a minha secretária disse-me que uma das apresentadoras tinha urgência em falar comigo: - "Venho pedir-lhe se me deixa ir para a informação, quero ser jornalista"! Perguntei-lhe se tinha algum curso de jornalismo. Não tinha. Perguntei-lhe se, ao menos, tinha alguma experiência jornalística, num jornal, numa rádio... Não tinha. "O que eu quero é ser jornalista"! Percebi que estava perante uma pessoa tão determinada quanto ignorante. E disse-lhe: "Vá falar com o director de informação; se ele a aceitar, eu passo-lhe a guia de marcha e deixo-a ir". A magricelas conseguiu. Dias depois, na primeira entrevista que fez - no caso, ao presidente do Sporting, João Rocha - a peixeirada foi tão grande que ficou de castigo e sem microfone uma data de tempo.
P.S.A jovem apresentadora chamava-se Manuela Moura Guedes.
E se eu soubesse o que sei hoje...
Ribatejo - Portugal

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Conversas interrompidas


Frei Bento Domingues O.P. – 20090913
1. Quando se chega à minha idade, a morte está sempre a interromper conversas ou a impedir outras que andavam adiadas. Almocei com Raúl Solnado no dia anterior à sua entrada no hospital com a promessa de continuarmos os nossos encontros. Em Junho, durante um lanche em sua casa, foi a uma estante, retirou um livro de colaboração – não me lembro do título – e apontou-me um pequeno texto assinado por ele. Estava, ali, o essencial de tudo. Pedi-lhe para o fotocopiar e dar a conhecer. Disseram-me que foi colocado em cima do caixão e teria sido lido, por alguém da RTP, durante o percurso para o cemitério.
Não posso deixar de o reproduzir na primeira crónica depois das férias:"Numa das vezes que fui à Expo, em Lisboa, descobri, estranhamente, uma pequena sala completamente despojada, apenas com meia dúzia de bancos corridos. Nada mais tinha. Não existia ali qualquer sinal religioso e por essa razão pensei que aquele espaço se tratava de um templo grandioso."Quase como um espanto, senti uma sensação que nunca sentira antes e, de repente, uma vontade de rezar não sei a quem ou a quê. Sentei-me num daqueles bancos, fechei os olhos, apertei as mãos, entrelacei os dedos e comecei a sentir uma emoção rara, um silêncio absoluto. Tudo o que pensava só poderia ser trazido por um Deus que ali deveria viver e que me envolvia no meu corpo amolecido. O meu pensamento aquietou-se naquele pasmo deslumbrante, naquela serenidade, naquela paz."Quando os meus olhos se abriram, aquele Deus tinha desaparecido em qualquer canto que só Ele conhece, um canto que nunca ninguém conheceu e quando saí daquela porta, corri para a beira do rio para dar um grito de gratidão à minha alma, e sorri para o Universo."Aquela vírgula de tempo foi o mais belo minuto de silêncio que iluminou a minha vida e fez com que eu me reencontrasse. Resta-me a esperança de que, num tempo que seja breve, me volte a acontecer. Que esse meu Deus assim queira." (Raúl Solnado, Um Vazio no Tempo, 2007).
2. Há muitos anos que não consigo separar-me da obra Os Degraus do Parnaso, de M. S. Lourenço. É, para mim, uma fonte inesgotável. Na sua harmonia literária e filosófica – fruto de uma "fecundação cruzada" – cumpre, de forma admirável, a tarefa de nos levar, pela sua perfeição, até à fronteira do inexprimível e à incapacidade de nos rendermos à crescente "indústria da cultura" e às suas inundações de lixo.Nesses textos não há, apenas, uma fecundação cruzada de criação literária e de presença filosófica actuante. A ligação entre religião e literatura é omnipresente: sustenta que "o artista verdadeiro é aquele que alcançou o conhecimento verdadeiro, o qual consiste na percepção da realidade sensível e na intuição da realidade inexprimível. A aura que rodeia o artista verdadeiro é um efeito do Sopro divino".
Depois de marcar a diferença entre o processo científico e o literário na procura da verdade e de concluir pelo valor cognitivo da experiência simbólica da obra de arte, enfrenta a questão das fronteiras entre a literatura e a religião: "Tenho defendido a ideia de que o culto religioso não existe incondicionalmente e que a expressão da experiência religiosa é condicionada pela formulação literária que a descreve, uma vez que esta é o veículo da asserção religiosa. O passo de S. João segundo o qual o princípio é o Logos é assim interpretável como exprimindo a ideia segundo a qual o Logos, a fórmula, é a linguagem universal e, portanto também, a da religião e do seu culto. Assim, o problema da verdade da religião reconduz-se ao problema da verdade das fórmulas da literatura subjacente. Uma doutrina religiosa é apenas tão verdadeira quanto o for a fórmula literária que a transmite."A última vez que falei com M. Lourenço ao telefone, não lhe exprimi, apenas, a minha admiração pela sua "cultura da subtileza", mas também o desejo de a ver contrariar, de forma activa, a mediocridade da nossa cultura católica. Era uma conversa adiada para quando me mandasse a obra completa, em processo de publicação na Assírio & Alvim. Agora, espero que o Sopro divino que o habitava não me abandone até ao novo encontro porque, como escreveu, a "ressurreição é uma ideia justa".
Nota do Bloger: É tudo muito complicado! A última frase do texto de M.Lourenço é muito bonita , diria mesmo sedutora, porque ela corresponde à satisfação das aspirações mais básicas da natureza humana, e não só: a sobrevivência, a luta pela vida, ("strugle for life", onde é que já li isto?), a vida eterna!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

TESTEMUNHO DE UM DOS NOSSOS

Li e chocou-me o comentário de um "anónimo" sobre a vida no Seminário de Beja, feito em Abril-08 no NOCA
Chocou-me, não o que está escrito, que em termos gerais, é verdadeiro, mas a animosidade que é colocada no texto.
Não há nada de positivo naquela educação, austera sem dúvida?
Para mim há muito mais positivo que negativo, começo por enumerar os pontos positivos que, tenho a certeza, não o foram só para mim:
-Sou de origem camponesa, os meus pais eram pequenos proprietários rurais com propriedades que os colocavam nos 50% em melhor situação económica na aldeia; apesar disso e dada a deficiência de estruturas educativas na província, só era possível estudar na cidade e isso ficava incomportavelmente caro, eu teria ficado na aldeia ou emigrado para França, como aconteceu com a generalidade dos restantes
- Valeu-me o seminário que me acolheu como era sem convivência social, sem saber como comportar-me até com os meus colegas do seminário e com muita dedicação, austeridade, alguma compreensão, fez de mim o homem de que vim a gostar e me preparou para os outros também poderem gostar de mim, me ajudarem a vencer na vida e na família; se hoje sou um homem de algum sucesso devo-o em 1º lugar aos meus Pais que sempre me alertaram para as dificuldades da vida e depois ao Seminário que com a educação espartana, me preparou para vencer nela.
- Aqueles horários eram violentos? Eram sim senhor
- Estavam errados? Penso que não!
Um Padre tem de ser uma pessoa com carácter, com personalidade e cultura acima da media aparte o entusiasmo e dedicação que a sua missão exige e não podemos esquecer que no seminário se formavam Padres, mesmo assim sabemos que com muita frequência não deu bons resultados. Não é ainda hoje célebre a educação espartana? E a inglesa?
- É com alguma vaidade que ainda hoje consigo algum relevo devido aos conhecimentos adquiridos no seminário e penso que também isso acontecerá com outros ex-frequentadores do seminário. Não tenho qualquer relutância, como tinha no início, em dizer que andei no Seminário e em geral as pessoas apreciam-me por isso e sabem que sou conhecedor em termos culturais.
- Como já mencionei, a educação ministrada no Seminário ajudou-me a ter conhecimentos, capacidade de trabalho, espírito de sacrifício e algum desenvolvimento da inteligência que foram cruciais para a minha vida,
-FICO PORTANTO MUITO PENSATIVO QUANDO VEJO PESSOAS QUE SÓ CRITICAM A EDUCAÇÃO RECEBIDA E QUASE DE BORLA-
Será que eles não vêem nada disto ou não receberam os mesmos ensinamentos?
- Penso que a resposta e outra, também se passou comigo.
-EI-LA:
- O QUE DESESPERAVA UM EX-SEMINARISTA ERA A DIFICULDADE E O COMPLEXO DA SUA INSERÇÃO NA SOCIEDADE.
- Pouco depois de sair do seminário eu não era capaz de olhar uma pessoa de frente: baixava os olhos.
-Quando precisava de atravessar a aldeia, era capaz de dar uma volta por fora para não encontrar pessoas, alem da educação do Seminário, vivi sempre numa quinta, isolado portanto.
-Muitas vezes dei bofetadas na minha cara, revoltando-me por não ser capaz de olhar de frente para as outras pessoas.
Há porém uma coisa que nunca aconteceu comigo: - revoltar-me contra quem me deu esta educação.
-- Penso, sem querer ser ofensivo, apenas ajudar, que a razão básica de tanta crítica está em nunca terem conseguido ENFRENTAR esta situação, aproveitando o bom e muito bom que tem e eliminar o negativo, especialmente os complexos que também tive e se calhar ainda tenho alguns.
- Para terminar considero que os SUPERIORES, P. Almeida, Con. Gonçalves e milhentos outros não eram más pessoas, apenas tiveram a mesma formação que nós e portanto com os mesmos defeitos e virtudes.
Por acaso já pensaram como agiriam se tivessem estado na mesma época, no mesmo lugar?
- Amigos, é a 1ª vez que escrevo uma mensagem destas e apesar de já reformado, faço-o com prazer enquanto estou de férias no Algarve.
MATA

Nota do Bloger: - O Zé Mata, (José Martins Mata), o "Matita" na sua aldeia de ENGUIAS, é um homem de sucesso no campo empresarial, sendo a sua coroa de glória a Empresa "ORBIVENDAS", especializada em importação, comercialização e exportação de equipamentos de limpezas domésticas e industriais, com sede em Loures e implantada em todo o território nacional e, em breve com ramificações para os PALOPs, com Angola à cabeça, para onde já está a exportar.

Este testemunho do Zé Mata traz "à colacção", como diria um causídico, o fenómeno dos "talibãs": eles odeiam tudo o que não seja ou respeite "alá e o seu profeta" e isso é inaceitável. Eu encerraria este post com a seguinte máxima : "para não amar uma coisa, não é necessário odiá-la!" Façam o favor de ser felizes! - dizia o Solnado.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Encontro de amigos em Junho/09

Então não houve encontro das últimas 4ªs feiras, em Junho?
Claro que houve e muito bem recheado de convivas: 4 ao todo!
Poucos, mas bons! Só faz falta quem cá está, dizia alguém.
E o polvo "à lagareiro" que estava uma delícia!... ninguém se fez rogado e todos alinharam nele.
O Mendonça, por vir de longe, foi o primeiro a chegar. É sempre assim.
Só que já havia alguém esperando na Sala Nobre da Casa do Alentejo...
Bom, mas vamos lá: compareceram o Acabado, o Contreiras e o Noca, além do referido Mendonça.
terminado o ágape surgiu o Lourenço, (não é o sobrinho do tio, esse deu sinal de vida. mas nunca apareceu), apenas para se certificar e informar-se da possível ida ao Puerto, carago.
O homem não desarma, quer ir mesmo ao Porto. E lá iremos, certamente!
Não sabem quem é o sobrinho do tio, claro, mas eu dou uma ajuda: é de Ninho do Açôr, ali para a Beira Baixa e o tio era o saudoso cónego Lourenço. Refiro-me ao Dr Francisco Vaz Lourenço, bom amigo, mas que não aparece. Um dia virá!
A cosmopolita Baixa Pombalina está sempre bonita, por mais que a deixem abandonada, e o Terreiro do Paço começa a ganhar novo aspecto. Esperemos que ainda melhor, agora com os problemas de saneamento do Tejo resolvidos.
No regresso à minha terra de residência, viajei de ferry. Há muito que não utilizava este meio de transporte e gostei. Gostei sobretudo dum grupo de orientais, certamente japoneses, que saltavam e corriam de um lado para outro com as máquinas fotográficas apontadas, para captarem, qual deles, a melhor perspectiva do sol que caía sobre a ponte.
Para a próxima lá estaremos novamente.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Mais um encontro da última quarta feira de mês

Foi ontem, no sítio do costume, e, vamos lá, mais concorrida do que era de esperar.
O Mendonça, por vir de longe, foi dos primeiros a chegar. Depois estiveram o Robalo, o Latas, o Campos, o Acabado, (mentiroso... está em grande forma!), o Contreiras, o José Augusto Guilhoto, o Mata,(regressado de Moçambique), o Fernando e o indefectível Matateu; o Jacinto Pinto como de costume foi dos últimos a chegar, só sucedido pelo seu amigo Silva Pinto, pelo que ficaram os dois em mesa à parte, mas bem integrados no conjunto. Finalmente o Lourenço, (não é o sobrinho do tio, porque esse deu sinal de vida, mas nunca apareceu), mas o dinâmico amigo natural de Mafra que nos quer desviar para o Puerto, carago! Vamos ver como as coisas correm e depois se resolverá, mas está tudo bem encaminhado: uma almoçarada, (pretexto para o passeio), na Ribeira do Porto.
Resumindo: estiveram doze convivas e um achegadiço que só apareceu no final: o Lourenço.
Este grupo é pequeno, mas coeso e muito perseverante
Durante o repasto comentou-se a reunião em Beja, (23/24), pouco concorrida como se vê pela foto de grupo, sendo referida a falta de comparência da Direcção da LASB, tendo havido necessidade de constituir uma mesa ad hoc para presidir aos actos da assembleia geral.
Foi lembrado o amigo Guardado e o Túbal, ambos em convalescença por males que os acometeram, aos quais auguramos rápidas melhoras.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Encontro de Antigos Alunos dos Seminarios de Serpa e Beja

Decorreu nos passados dias 23 e 24, no Seminario de Nossa Senhora de Fátima, em Beja. o encontro dos Antigos Alunos dos seminarios de Serpa e Beja, como anunciámos abaixo.

Aqui publico algumas fotos alusivas ao evento que reuniu amigos que de há muito se não encontravam, matando assim saudades e recordando episódios que sempre ficaram na memória de todos e permanecerão até ao fim das nossas vidas.

Foto do grupo

Reconheço várias caras, mas sei o nome de poucas, (culpa minha). Ressalto antes de mais o Antonino Mendonça, na sua pose magistro-político-militar, os manos Vítor e António José, o Zé Carlos, um careca que me parece o Manel da Misarela, o Zé Águas, meu ilustre conterrâneo e sempre em pose de galã, outro que me parece o Luís Gonzaga Valério e finalmente outro que me parece o Albertinho,(perdão, Dr Alberto), ali mesmo à frente junto ao Antonino. Os outros que me desculpe, mas não relaciono os nomes com as caras.

Aspecto da Assembleia Geral da LASB


A Mesa da Presidência e o Silvestre Aranha usando da palavra

Pormenor da assistência com o Zé Carlos, o Túbal e o Lúcio em primeiro plano

Outro aspecto informal da Assembleia
Nota: Estas fotos foram-me enviadas por um Amigo de um Amigo meu, obrigado!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mais um Convívio de Antigos Companheiros


ENCONTRO DOS ANTIGOS ALUNOS DOS SEMINÁRIOS DE SERPA E BEJA
23 e 24 de Maio de 2009


PROGRAMA

Dia 23 de Maio – Sábado

Chegada e recepção até à hora do almoço.

13.00h. Almoço
15.00h. Reunião. Assembleia-Geral da LASB
17.00h. Colóquio: “Actualidade do pensamento, da vida e da obra do Padre Abel Varzim”.O Padre Abel Varzim foi professor no Seminário de Serpa e fundador do Escutismo na Região de Beja. O colóquio será orientado pelo Dr. Juan Ambrósio e pela Dra., Filomena Gouveia.
19.30h. Jantar
21.00h. Convívio

Dia 24 de Maio – Domingo

8.30 h. Oração de Laudes
9.00 h. Pequeno-almoço
10.00 h. Futebol
12.00 h. Celebração da Eucaristia
13.00 h Almoço e despedida

Local do encontro: http://www.portugalio.com/beja/beja/salvador/rua_dom_afonso_henriques/

sábado, 16 de maio de 2009

Alguém se manifestou. Viva

"Marta Barata disse...
É de lamentar, que quem nunca mexeu um dedo para apoiar esta iniciativa tão merecedora do nosso apreço, tenha este sentido tão crítico. Dado que utiliza este meio para denegrir o trabalho dos outros, não admira que ninguém responda no seu blog. O seu comentário só mostra graves problemas existenciais. O que para si são lamechices, para quem viveu esta experiência única, são sentimentos profundos de agradecimento e partilha, algo que infelizmente não parece fazer parte da sua vivência. Tenho esperança que o Sr. seja uma minoria neste mundo, pois eu acredito num mundo melhor.Só para seu conhecimento, o livro de visitas foi retirado, única e exclusivamente por causa dos abusos (muitos deles pornográficos), que estragaram as várias dezenas de comentários com conteúdo positivo e constritivo de ex-seminaristas e seus familiares.
15 de Maio de 2009 21:27 "

Olá Caríssima (o) anónima (o) (?) "Marta Barata"!
Antes de mais obrigado por ter postado o seu coment.
Quero dizer-lhe que não percebeu o meu post ao lamentar que o livro de visitas se encontre fechado e ao sugerir que alguém gira melhor o site.
Creio que não há dúvidas para ninguém que a coisa está muito pobre!
Eu próprio gostaria de colaborar, mas não sei como, pois já o tentei fazer e não encontrei retorno. Será que sou mesmo "demasiado" crítico?
Também aspiro por um mundo melhor e, estou certo, não pertenço a uma minoria.
Cumprimento com muita amizade!
ancampos@netcabo.pt

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A LASB e o site

Não sei quem responde pelo site da LASB, mas cada vez que lá vou fico desolado.
Salvo melhor opinião, aquilo não estará a ser muito bem gerido. Por exemplo, agora anuncia o encontro dos antigos seminaristas de Serpa e Beja, apresentando uma fotografia aérea da zona do Castelo de Beja que não parece muito explícita: eu confesso a minha ignorância porque de início não percebi nada daquilo, só à segunda análise descortinei o castelo e lá me localizei. Pelo menos devia ter alguma nota ou referência mais saliente para permitir a identificação do local pretendido ou que pretende mostrar.
O livro de visitas estava inçado de erva daninha porque permitia a entrada a quem queria entrar.
Resolveram fechá-lo e continua o convite aos visitantes para deixarem a sua opinião. Mas como?
Alguém que dê forma àquilo e torne a coisa interessante e sem lamechices. O mundo está mudando. Preparemo-nos e preparemos os nossos filhos, (gerações mais novas), para os tempos novos que aí vem quer queiram quer não!
O problema é que estamos todos velhos e não vejo ninguém capaz de limpar a poeira da sacristia...
Quando iniciei este blog ainda pensei que alguém quisesse dar um pouco do corpo ao manifesto, mas ressalvando dois ou três, a saber: o Contreiras, o Antonino Mendonça e o Túbal, mais ninguém apareceu.
Até o Ralha Aranha deu um arzinho da sua graça e desapareceu.
Aqui fica uma sugestão um pouco diferente, se ainda for a tempo: