sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Aviso à navegação

Para os mais interessados informo que do lado esquerdo do blog, por baixo da minha imagem estão links para os meus outros blogs. Se quiserem visitar serão bem recebidos.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Última Quarta feira de Outubro

Numa mesa rectangular, sem presidência nem secretariado, sentaram-se a jaez os dez magníficos convivas que quiseram comparecer a este evento rotineiro, mas sempre muito agradável.
Estiveram presentes: Robalo, A. Mendonça, Contreiras, Noca, Acabado, Xarrama, Latas, Fernandes, Mata, e Silva Pinto.
Trocadas as últimas notícias, começaram a aparecer as diversas opiniões individuais, mais ou menos influenciadas ou baseadas no “Frei Bernardo e problemas que aflora.
Outros saltaram para o momento político que estamos a viver, com a crise global, não faltando quem atribuísse as culpas aos vários Bushs contemporâneos.
Depois de aflorado o tema do São Martinho, com o compromisso assumido por alguns de que estarão presentes em Grândola no próximo dia 15, foi alvitrado pelo Robalo, grande conhecedor dos bispados e arcebispados e respectivos titulares, que o próximo encontro da última quarta feira de Novembro decorresse na Vila de Cuba, para homenagearmos o mais ilustre filho daquela terra, o grande Cristóvão Colombo.
Decorrem os preparativos e acertos de horários dos comboios, para que ninguém falte e compareça o maior número de participantes.
No encontro do São Martinho, dia 15, em Grândola, será feito apelo a que mais companheiros se associem ao encontro de Cuba, no dia 26: esperamos que sejam duas grandes jornadas de convívio e camaradagem.

domingo, 26 de outubro de 2008

São Martinho

Antigos Alunos (ordenados ou não) dos Seminários de Beja e Serpa


Como vem sucedendo anualmente e ultrapassada que foi a etapa dos trinta anos, iremos concretizar o convívio do São Martinho no próximo dia 15 de Novembro (Sábado).
Já se realizou nas mais díspares localidades e, este ano, será em Grândola, no Restaurante “O Cruzamento”.
Esse local de restauração está situado na estrada que liga Alcácer a Grândola e, para quem vem da auto-estrada Lisboa - Algarve, apanha a saída para Grândola e depois na rotunda, 100 metros à direita, encontrará esse local regional que durante várias horas proporcionará um são e agradável convívio.
A ementa, desde a entrada à sobremesa, será totalmente composta por pratos tipicamente alentejanos e o seu custo será de 13,00€.
Como é nosso hábito, para complementar a ementa que nos é apresentada e preencher toda a nossa tarde e princípio de noite, cada um de nós deverá levar um doce, um salgado, bebidas ou aquilo que considerar de maior utilidade e que será o mais original.
A inscrição deverá ocorrer até ao dia 11 (para darmos números certos ao proprietário do restaurante para que ele se possa aprimorar nos pratos) para o número 919781328 (Luís Finote) e para o 919066214 (Fernando Teixeira).
Também poderás utilizar esses números para qualquer dúvida ou sugestão.
Aguardamos por ti, tua consorte e filhos para, em conjunto, passarmos um dia espectacular.”

Nota:Por deferência de Luis Finote.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Ainda e sempre Milfontes

Milfontes era, naqueles primeiros anos da década de cinquenta do século XX, um pequeno aglomerado de casas térreas, à excepção da do Dr Águas, dispostas em ruas estreitas todas dotadas de calçada portuguesa e iluminação nocturna a candeeiros de petróleo, na margem direita do Rio Mira e envolvendo dois edifícios de especial interesse: o Castelo e sua Barbacã, e a Igreja paroquial. Aquele distinguindo-se pela vetustez sombria, defendido por grande fosso donde surgiam heras que o envolviam escondendo as paredes pardacentas e esta, a Igreja, pela simplicidade de linhas e torre sineira, muito bem caiadinha de branco com faixas azuis, muito alentejanas.
A entrada fazia-se por uma única rua que dava seguimento à estrada e o visitante deparava com um pequeno largo, a que chamávamos “Praça do Almada”, por ali residir essa figura incontornável que era um ex-combatente da Grande Guerra, de nome Almada. Dizia-se familiar de Almada Negreiros, e para fazer jus ao nome exibia alguns dotes poéticos e declamatórios, inflamados por efeito de alguns gases de que fora vítima na Flandres.
Nesse largo paravam as camionetas de carreira do “João Cândido Belo” vindas do Cercal e dali irradiavam quatro ruas: três para o interior do povoado e a quarta para o Cais.
Este Cais, no Rio Mira, deu alguma notoriedade a Milfontes porque era o primeiro ponto de escala para os veleiros, (“Rio Mira” e “Milfontes”), que vindos do Barreiro com carregamentos de adubo subiam o rio até Odemira, onde substituíam a carga por trigo ou cortiça e regressavam a Lisboa. Os lavradores faziam desde as suas propriedades até Odemira, que funcionava como entreposto, o caminho inverso: levavam trigo da sua colheita para os celeiros da FNPT, (Federação Nacional dos Produtores de Trigo), e traziam o adubo para as sementeiras da safra seguinte.
Assim o Rio cumpria a sua função que terá dado o nome à Vila de Odemira: “òdos-ou”, caminho. O Rio Mira foi o grande caminho, "òdos", que permitiu o acesso a povos fenícios e gregos, ao interland serrano do maior concelho de Portugal.
Mas voltemos a Milfontes e nossos serões de convívio com o vate da terra: lembro o saudoso Isidoro e o bom companheiro Jorge Brito que exploravam até à exaustão os dotes declamatórios do Sr Almada.

“Vila Nova de Milfontes
Rainha do Alentejo
Andam saudades nos montes
Nos dias que te não Vejo!”

“Rio Mira Vai cheio
E o barco não anda
Tenho o meu amor
Lá da outra banda

Lá da outra banda
E eu cá deste lado
Rio Mira vai cheio
E o barco parado!”


Isto no que respeita a versos e rimas, porque a prosa também não era deixada por mãos alheias. Ficou célebre uma composição muito extensa que não vou aqui reproduzir, citando apenas o primeiro período de que alguns se recordarão:
“ Em frente ao Cais destaca-se o bosque de Vila Formosa, atraente e encantador!.......”

Outro lugar que merecia as atenções do nosso conviva era o CANAL, porto natural a norte da vila, onde os pescadores se abrigavam das intempéries e que hoje, com alguns melhoramentos, serve melhor o fim a que se destina, embora com grandes limitações de capacidade e segurança. Os pescadores artesanais, dotados de pequenas embarcações, não podem recolher-se no Rio porque a barra é muito batida, com mar alteroso, e por isso recolhem, com mais segurança, para o Canal.

Como poderemos esquecer esses saudosos tempos de Milfontes!?............ a praia do norte, que se alcançava através das dunas, (viagem penosa no regresso), a praia do farol, com suas correntes perigosas quer no rio quer na degola entre o norte e o rio, conforme as marés, a praia das furnas, onde apanhei dois sustos: um por risco de afogamento ao atravessar uma grande lagoa que se formou entre a praia e um baixio, (ilha de areia), e outro ao abrir uma lata encontrada na praia, quando passeava, em maré baixa, com o C. Torrão. Perante aquele achado, um pequeno contentor em folha de flandres, cerca de dois a três litros de capacidade, devidamente fechado e com boa apresentação, resolvemos abrí-lo. Qual não foi o espanto quando o conteúdo em contacto com a água, começou a fumegar muito. O C. Torrão desatou a correr desalmado e eu fiquei preplexo, talvez por não medir bem as circunstâncias, e só depois corri também, quando me apercebi de que poderia estar em presença de um produto explosivo. Não era! Porque, se fosse..., já tinha sido. Enfim... peripécias de juventude!

sábado, 18 de outubro de 2008

Diário de um Amigo de um Amigo meu

A CRIAÇÃO

Vila Velha da Serra, 10 de Março de 1973
Não levei este maldito caderno de capa azul para as pequenas férias de Carnaval que fui passar a Lisboa. Ainda pensei em comprar outro ou escrever nalgumas folhas soltas como por vezes costumava fazer. Mas adiei. É aqui, nestas folhas quadriculadas, amarradas pelo fio metálico disposto em espiral, que eu gosto mais de escrever. Pois escreverei!
Na quarta-feira passada, 7 de Março, fomos juntos – eu e Madalena – à missa da imposição das cinzas, na Sé. Era importante entrar na Quaresma como penitentes.
Ainda o pó da cinza não desaparecera das nossas frentes e, descendo calmamente em direcção à Praça do Comércio, já a nossa conversa se dirigia para o significado do rito celebrado e para a melhor interpretação da linguagem bíblica.
Expunha eu com a grande eloquência, que a formação adquirida me permitia, um arrazoado de ilações retiradas da narrativa da criação do Homem, o que vinha simplesmente a propósito das cinzas que são o seu fim último visível. E contava como, em criança, imaginava a Deus pairando sobre as águas e sobre toda a criação admirando afável a sua obra. Não lhe faltavam sequer as suas longas barbas brancas… E descrevia-o sentado numa pedra modelando com arte e saber o molde do que havia de ser o Homem, após o seu sopro de vida. E como imaginava aquele barro a tomar vida, animar-se, mover-se, andar, falar…
Porém, como a cor da pele sempre foi uma dificuldade para bem interpretar este episódio fantástico de imaginação e de crença dos primeiros poetas teólogos, procurava adicionar um pouco mais de narração.
Então, colocava Deus a modelar o primeiro par humano na Primavera do Tempo, entre flores de muitas cores e regatos a correr mansos. E nascia assim o Homem de pele vermelha, reflexo das papoilas e das rosas, e de todas as outras flores do prado. Dava-lhe a força selvagem da natureza e o calor da ternura pela Mãe/Terra.

(Parece-me que o vejo a recordar aqui a “Carta do Chefe Índio Seattle ao Grande Chefe Branco de Washington”, ao Presidente dos Estados Unidos que queria comprar terras aos índios. Sei que, de tanta vez a ler, a sabia praticamente de cor…

"Como podeis comprar ou vender o céu, o calor da terra? A ideia não tem sentido para nós. Se não somos donos da frescura do ar ou o brilho das águas, como podeis querer comprá-los?
Qualquer parte desta terra é sagrada para o meu povo. Qualquer folha de pinheiro, cada grão de areia das praias, a neblina dos bosques sombrios, cada monte e até o zumbido do insecto, tudo é sagrado na memória e no passado do meu povo. A seiva que percorre o interior das árvores leva em si as memórias do homem vermelho.
Os mortos do homem branco esquecem a terra onde nasceram, quando empreendem as suas viagens entre as estrelas; ao contrário os nossos mortos jamais esquecem esta terra maravilhosa, pois ela é a mãe do homem vermelho.
Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs, os veados, os cavalos, a majestosa águia, todos são nossos irmãos. Os picos rochosos, a fragrância dos bosques, o calor do corpo do cavalo e do homem, todos pertencem à mesma família…”

Aqui está o Homem Vermelho, o Homem da Primavera, da seiva que percorre o interior das árvores, das folhas e dos rebentos dos novos ramos…)

E o Homem de pele colorida escolheu os seus prados, os seus jardins, os seus bosques, num respeito profundo pela Mãe/Terra.

Chegou o Verão e Deus não estava satisfeito. Achava aquele homem colorido demais para o seu gosto
De novo tomou o barro e modelou outro homem. Afagou – lhe aqueles cabelos ásperos e aperfeiçoou-os com ternura.
Insuflou de novo um vento novo nas suas narinas e novamente o barro se animou, as mãos se agitaram, o peito se dilatou e andou e falou e riu muito.
Mas o Sol inclemente caiu sobre ele e queimou a sua pele. Os pés assentes na terra tomaram a cor da própria terra e as palmas das mãos segurando um ramo de árvore não se deixaram queimar.
E o Homem Negro, que havia de ser escravo de outros homens, que havia de ser explorado na sua própria terra, que havia de sofrer guerras e violações, que havia de ser transportado em condições indecentes para outras terras, outros climas e outras fomes, escondeu-se nas florestas. E, das suas profundezas, surgiram cantares espirituais que haviam de entoar nas catedrais dos porões dos barcos negreiros a caminho das Américas, ao sol bruto dos campos de algodão, no fundo escuro das minas de carvão, nos engenhos da cana de açúcar. Ecoaram nas noites de fome e pancadaria, de gritos e violações, de estrelas a povoar o espaço imenso, cantos sofridos e de esperança.
Entre eles surgiram profetas de esperança:

(Ele recordava certamente um certo profeta negro, Martin Luther King de seu nome, que em 1963, gritava os seus sonhos e a sua esperança:

“Eu tenho um sonho…
Eu tenho um sonho. Um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes dos donos dos escravos sentar-se-ão juntos à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho. Um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, transformar-se-á num oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho. Um dia, os meus quatro filhos pequenos viverão numa nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu carácter.
Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho. Um dia, todos os vales serão alteados e as montanhas e as colinas serão abatidas; endireitados serão os caminhos tortuosos e aplanadas as veredas escarpadas. Então se manifestará a glória do Senhor e todo o homem verá a sua magnificência.
Esta é a nossa esperança.”)

Passou o Verão. Amadureceram os frutos…
Depois, as folhas amareleceram e começaram a cair. Escondido nas florestas ou correndo nas pradarias, Deus deixou de ver o Homem que criara e teve saudades dele e do seu acto criador. As primeiras chuvas outonais amoleceram o pó da terra, as tardes começaram a ficar frias e tristes…
E Deus retomou o barro, afagou-o com carinho, desenhou uns olhos mais rasgados e uns cabelos desalinhados, modelou umas mãos muito finas e soprou novamente o seu sopro de vida. E novamente o barro inerte moveu-se, fez um gesto gracioso com as mãos, saltitou e correu para jardins encantados onde o lótus e o nenúfar enfeitavam lagos de paz. Depois, juntou as mãos e ficou a meditar durante muito, muito tempo. E o barro tomou a cor da tarde, da natureza outonal, dos campos beijados pelo Sol Poente.
Para lá das montanhas mais altas da Terra, o Homem Amarelo estabeleceu os seus domínios, procurou a perfeição com toda a força do seu espírito, na meditação profunda e na oração constante.

Veio o Inverno.
As montanhas cobriram-se de neve e brilhavam quando o Sol as fazia reluzir. Os rios turvos e turbulentos arrasavam as margens e arrastavam quanto podiam. Sucediam-se dias e dias de tempestades de chuva e de neve. As noites eram longas, longas e escuras. A Lua corria entre nuvens de medo e fúria.
Numa manhã de Sol lavada e pura, depois de dias de tormenta forte com raios, trovões e grandes chuvadas, Deus sentou-se novamente na pedra da criação. Olhou o horizonte fresco e perfumado da humidade dos campos.
Tomou o barro fresco, limpo de impurezas e macio. Afagou-o novamente com ternura. Emocionou-se ao passar levemente as mãos na superfície lisa das costas, dos braços, das pernas, do pescoço e da face do novo projecto de criação. Olhou enternecido a sua obra e deu-lhe a cor da neve das montanhas, colocando nos seus olhos um pouco do azul do céu, ou terá sido o verde dos rios, ou o castanho da terra/mãe?
E o Homem Branco ficou aprisionado entre vales e montanhas, entre rios e oceanos, construindo a pouco e pouco a enorme empresa de conhecer e conquistar todo o Mundo.

Deus, então, sorriu e achou que era muito bom quanto tinha criado…

Tínhamos chegado à paragem do eléctrico, mas decidimos prolongar o passeio e a conversa.
Após este aditamento à narração bíblica, Madalena agarrou-me o braço e exclamou:
- Que grande imaginação tu tens! Isso alguma vez poderá ter sido assim?
- Claro que não – respondi. – Nem assim. Nem assado. Nem como eu conto, nem como a Bíblia conta. A evolução é um facto inegável e a narrativa não é nem história, nem ciência. É, isso sim, uma interpretação poética e teológica da fé do Homem daquele tempo concreto em que foi escrito. Não creio que tenha sido um único par humano, senão Deus tinha abençoado o incesto. Nem três ou quatro, como eu gosto de descrever.
E continuámos a conversa…
Tudo por causa do pó das cinzas.

Atravessámos devagar o Terreiro do Paço até ao Cais das Colunas. Os cacilheiros despejavam constantemente gentes da outra banda. Parecia que a ponte, que uniu finalmente as duas margens, rangia ao volume do trânsito que suportava. E o Tejo, sujo, mas belo, beijava devagarinho a cidade.
Tudo por causa do pó das cinzas…
- Nós somos feitos de pó dos astros e de fragmentos de estrelas… Não somos simplesmente pó amassado com água e modelado com amor e ternura.
Madalena quebrou assim o silêncio enquanto olhávamos o rio resplandecente de luz espelhada.
- É verdade – respondi. – O poeta do Génesis não podia ter escolhido melhor matéria-prima para a criação: o barro. Nem melhor profissão para o criador: oleiro. Devia ser uma profissão que misturava magia e perfeição. Ver sair das suas mãos aqueles objectos tão perfeitos e tão úteis: os copos, os pratos, as bacias, os cântaros e vasos… Era mesmo de artista!

Reflectíamos assim sobre a vida, enquanto o Tejo corria para o mar, os barcos o sulcavam arfantes e as nossas pequenas férias de Carnaval estavam a terminar.

“Lembra-te, homem, que és pó…”

(Para a época, parece-me que ele estava bastante avançado, ou porque lera coisas sobre este assunto, ou porque assistira a alguma conferência, ou porque algum dos padres novos, ditos progressistas, que, por esse tempo, fervilhavam como coadjutores de paróquias ou professores de Moral nos liceus, vindos de seminários suspeitos e desmantelados ou de universidades estrangeiras, lho soprara em eventuais conversas informais.
Tomava forma já nessa altura a interpretação não literal – impossível compatibilizar a interpretação literal com os avanços e as descobertas científicas – das narrativas da criação.
Não mais era possível ver Deus passear na brisa da tarde no jardim do Éden a conversar com o único par humano existente. É uma imagem muito bonita, muito romântica, muito amorosa, mas não passa de uma metáfora, ou de um mito, ou da única interpretação possível para o poeta/teólogo que se deu ao trabalho de compilar as diversas narrativas genesíacas. Deixou, porém, registada a sua crença num Deus criador e, com os instrumentos e os conhecimentos dessa altura, forneceu-nos um poema que atravessou séculos, cerca de trinta. Três mil anos!)

Dirigimo-nos, em seguida, para a paragem dos eléctricos.
Chegou o da “Estrela”. Era o dela,
- Adeus.
- Adeus e até breve – respondi.
E, pela primeira vez, beijámo-nos docemente na face.
Nota:-Aqui vai a minha homenagem ao meu Amigo Antonino Mendonça, por este belo naco de poesia.