domingo, 24 de fevereiro de 2008

1948 (Continuação)

No final da década de quarenta o Seminário de Beja era uma realidade arquitectónica de traço simples, mas muito funcional, constituído por quatro corpos fechando em claustro e um quinto corpo (ginásio e sala de conferências, hoje seria auditório), situado nas traseiras em paralelo e ligado em T aos outros quatro por um bloco de transição contendo sanitários e um grande depósito de água na parte superior.
Virado a nor-noroeste a frontaria dá para a Avenida Dom Afonso Henriques que o separa do Jardim Público, lugar de grande frequência popular, sobretudo no verão.
Para dirigir o seu seminário, escolheu o bispo José do Patrocínio, uma equipa jovem de padres de grande dedicação e sabedoria: Francisco Marques Torrão, Vice-Reitor, natural de Fundão, Manuel Nazário Correia, natural da Salvada, Artur Pires, natural da Branca –Aveiro, João António de Almeida, trasmontano, que asseguravam a parte disciplinar e funcional da casa nas suas vertentes gerais de relacionamento e convívio social comunitário e António Maria Bento Pires, igualmente trasmontano de Bemposta, que se encarregava da gestão do economato, providenciando a logística e alimentação de toda a comunidade. Na direcção espiritual estava um padre mais idoso pertencente a uma ordem religiosa que já não recordo nem o nome do mesmo. Em breve seria substituído nas funções pelo carismático Padre Gonçalves, alentejano de Serpa.
Esta era a estrutura física e intelectual do Seminário de Beja naqueles tempos de esperanças defraudadas. Em tempo dedicaremos mais alguma atenção ao funcionamento do seminário sob o aspecto de formação moral e intelectual, (humana), dos seus alunos.
(Continua)

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