segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

18 de Fevereiro -Dia de São Teotónio

São Teotónio (Ganfei, Valença, 1082 - Coimbra, 18 de Fevereiro de 1162) foi um religioso português do século XII, tendo sido canonizado pela Igreja Católica.

Formado em teologia e filosofia em Coimbra e Viseu, tornou-se prior da Sé desta última cidade em 1112. Foi em peregrinação a Jerusalém, e ao regressar quiseram-lhe oferecer o bispado de Viseu, o que recusou.

Tornou-se um dos aliados do jovem infante Afonso Henriques na sua luta contra a mãe, Teresa de Leão, dizendo a lenda que teria chegado a excomungá-la. Mais tarde, seria conselheiro do então já rei Afonso I de Portugal.

Entretanto, foi de novo em peregrinação à Terra Santa, onde quis ficar; regressou porém a Portugal (1132), desta feita a Coimbra, onde foi um dos co-fundadores, juntamente com outros onze religiosos, do Mosteiro de Santa Cruz (adoptando a regra dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho), do qual se tornou prior. Esta viria a ser uma das mais importantes casas monásticas durante a Primeira Dinastia.

Em 1152, renunciou ao priorado de Santa Cruz; em 1153 Alexandre IV quis fazê-lo bispo de Coimbra, o que uma vez mais recusou.

Morreu em 18 de Fevereiro de 1162, que é ainda hoje o dia em que é celebrado pela Igreja Católica. Foi sepultado numa capela da igreja monástica que ajudou a fundar, mesmo ao lado do local onde o nosso primeiro rei se fez sepultar.

Em 1163, um ano depois da sua morte, o Papa canonizou-o; São Teotónio tornava-se assim o primeiro santo português a subir ao altar, sendo recordado sobretudo por ter sido um reformador da vida religiosa nessa Nação nascente que então era Portugal; o seu culto foi espalhado pelos agostinianos um pouco por todo o Mundo. É o santo padroeiro da cidade de Viseu e da respectiva diocese; é ainda padroeiro da vila de Valença, sua terra natal.


SÃO TEOTÓNIO é uma freguesia portuguesa do concelho de Odemira, com 303,10 km² de área e 5 019 habitantes (2001). Densidade: 16,6 hab/km². Em área, a maior freguesia de Portugal, mesmo depois de lhe ter sido subtraída a freguesia de Zambujeira do Mar, aí pela década de oitenta.

São famosas as suas festas por alturas dos santos populares (mês de Junho) em que as ruas são decoradas com flores de papel e, durante a noite, têm lugar mastros. Estas festas realizam-se de dois em dois anos e, na noite de São João, cumprindo antiga tradição, os habitantes da aldeia têm por hábito engalanar os carros e dirigir-se à Zambujeira do Mar onde tomam um banho purificador.

Nos últimos anos tem igualmente sido digno de nota a realização de uma feira antiga que pretende reproduzir o ambiente vivido nesta localidade nos anos 50/60, quando nesta feira (1ª segunda feira de cada mês) acorriam os camponenses da serra para vender os seus produtos e que acabava muitas vezes em grandes sessões de pancadaria.

Segundo a lenda, São Teotónio (o primeiro santo português) teria passado por uma antiga localidade muçulmana que aqui existia e convertido os seus habitantes ao cristianismo. Embora esta explicação nos pareça hoje forçada, não se pode excluir que este conselheiro de D. Afonso henriques tenha tido contacto com estas gentes, uma vez que se defende que poderia ter participado na expedição que recolheu o corpo de São Vicente (Padroeiro de Lisboa), no promontório do mesmo nome, em Sagres. Certo é que não é conhecida outra explicação para a origem do nome desta vila.

O litoral da freguesia faz parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

É difícil encontrar explicção para a existência deste topónimo "São Teotónio" no extremo sudoeste de Portugal, quando a entidade em causa era oriunda do Minho, extremo norte. Mas conjugando alguns episódios e circunstâncias, talvez possamos elaborar uma teoria, no mínimo, verosimil e que dá consistência à dita lenda acima referida:
1 -São Teotónio, Prior de Santa Cruz, Coimbra, e conselheiro de Afonso Henriques;
2 -São Vicente, patrono de Lisboa, morto em Sevilha e atirado o seu corpo ao Guadalquivir, viria a ser deitado para terra no Cabo Sacro, depois São Vicente;
3 -Ali vigiado pelos corvos que em vez de o devorar o terão guardado até à sua recolha por uma expedição enviada para o efeito por Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal;
4 -Dada a íntima relação do Rei com Teotónio, nada mais natural que ter este sido incumbido da recolha dos restos mortais do dito São Vicente
5 -Vila do Bispo, qual a origem do seu nome e qual o bispo a que é dedicada aquela vila algarvia? Não teremos aqui um caso idêntico ao de São Teotónio?
6 -O pendor de viajante do Teotónio, foi duas vezes a Jerusalem, ajuda a aceitar que a sua presença quer no promontório Sacro, quer em Vila do Bispo, quer no então lugarejo onde hoje se ergue a progressiva Vila de São Teotónio, terá sido uma realidade indesmentível;
7 -Finalmente lembremos que o padroeiro de Lisboa, São Vicente, tem seus restos mortais em Lisboa, onde os corvos do brasão da cidade continuam a recordá-lo, mas a catedral da cidade espanhola de Valência, terra natal do Vicente, exibe na sua cripta, em exposição de grande dignidade, um braço que lhe terá sido doado pela Igreja de Lisboa.

A estória de o corpo de São Vicente morto,(martirizado), em Sevilha e, deitado ao guadalquivir, ter vindo aparecer no Cabo Sacro, não tem nada de sobrenatural: lembremos o que aconteceu aos corpos dos acidentados no Rio Douro, quando do colapso da Ponte Híndse Ribeiro, cujos corpos (alguns) foram dar à costa na zona de Muxia, a norte do Cabo Finisterra. De Leixões a Muxia não é menor distância do que de Sanlucar de Barrameda,(foz do Guadalquivir), ao Cabo Sacro. As correntes marítimas de sul para norte, (corrente do golfo), durante o inverno, produzem estes efeitos.

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