«A reportagem no PÚBLICO de ontem sobre os médicos cubanos no Alentejo animou-me. Disse a dra. Olga Dubé que "está sistematicamente a ser confrontada com uma reacção muito peculiar dos alentejanos". "Em resposta a qualquer chamada de atenção que lhes faço, eles respondem: "Calma, doutora!"."
É o grande choque cultural do ano novo. Tornar-se-ão os alentejanos mais cubanos ou os cubanos mais alentejanos? Contra qualquer outro povo, eu apostaria na vitória dos cubanos. Mas ninguém passa algum tempo no Alentejo sem sucumbir a uma profunda alentejenização.
Os cubanos são o povo favorito de quase toda a gente que os conhece. O meu pai, quando lá ia, chegou a procurar um cubano desinteressante, a ver se existia tal coisa. Nunca encontrou. Incluindo o Fidel Castro. À minha mãe, conservadora e inglesa, calhou adoecer quando lá foi. Temia o pior, mas anunciou que nunca recebeu um tratamento médico tão bom.
Por muito alegres que sejam os cubanos no Alentejo, não têm hipótese. A dra. Dubé, com a inteligência e a empatia cultural que caracteriza os cubanos, já descobriu que um dia, não muito distante, vai começar a ter calma. Depois, mais um bocadinho. Até ficar completamente alentejana, se não conseguir fugir dali. O que não é fácil: o litoral alentejano, afinal, é para onde todos nós gostaríamos de fugir.
Fica aqui o conselho amigo. Os alentejanos não só são imutáveis como tornam alentejanas todas as pessoas e coisas em que tocam. Até cubanos.» [Público]
Por Miguel Esteves Cardoso.
Nota: O Miguel E.C. não sabe é que é muito mais fácil os médicos cubanos tornarem-se alentejanos, porque foi um Alentejano que descubriu a ilha de Cuba e que lhe deu o nome da sua terra natal - esse foi o grande Almirante Cristóvão Colombo. Portanto a afiniade entre cubanos e alentejanos é notória.
1 comentário:
Já tentei enviar comentário e não consegui.
Volto a tentar
Porque não informas o MEC que esta Cuba é provàvelmente a mãe da Cuba-Ilha? E a médica já conhece esse facto? Matita
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