quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

sábado, 9 de dezembro de 2017

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

sábado, 25 de novembro de 2017

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

terça-feira, 14 de novembro de 2017

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

domingo, 5 de novembro de 2017

sábado, 4 de novembro de 2017

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

sábado, 28 de outubro de 2017

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

terça-feira, 24 de outubro de 2017

domingo, 22 de outubro de 2017

domingo, 15 de outubro de 2017

domingo, 24 de setembro de 2017


- É considerado o fundador da Álgebra







" Perguntaram ao grande matemático árabe
" Al Khawarizmi " sobre o ser humano
e ele respondeu :

- Se tiver Ética, ele é  1

- Se também  for Inteligente, acrescente 0 e será 10

- Se também for Rico, acrescente mais um 0
e será 100

- Se também for Belo, acrescente mais um 0 e será 1000

Mas... se perder o 1, que corresponde à Ética,
então perderá todo o seu valor
e restarão apenas os zeros. "

     




Fantástica lição!!!



quinta-feira, 21 de setembro de 2017

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Reivindicações

Subject: ISTO TÁ TUDO TRAMADO:

AGORA SÃO OS ALCOÓLICOS ANÓNIMOS QUE QUEREM A EQUIVALÊNCIA A ENÓLOGOS. NÃO TÊM O CURSO,MAS TÊM A EXPERIÊNCIA!

ADÃO e EVA

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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

domingo, 17 de setembro de 2017

Cão - o melhor amigo do homem

 E o melhor amigo do homem ... ainda é o cão!

O dono perdeu muito peso, por doença, e esteve no hospital durante 5
semanas.

Quando o cão o viu de novo não o reconheceu ... até que o cheirou


quarta-feira, 6 de setembro de 2017

PORTUGAL VISTO POR UMA BRASILEIRA - LINDO

Portugal, na opinião de uma cidadã brasileira
Ruth Manus é advogada e professora universitária
Escreve um blogue num jornal de S. Paulo
Dentre as coisas que mais detesto, duas podem ser destacadas:
ingratidão e pessimismo. Sou incuravelmente grata e optimista e,
comemorando quase dois anos em Lisboa, sinto que devo a Portugal o
reconhecimento de muitas coisas incríveis que existem aqui embora me
pareça que muitos nem se apercebem.
Não estou dizendo que Portugal seja perfeito porque nenhum lugar é.
Nem os portugueses são, nem os brasileiros, nem os alemães, nem
ninguém. Mas para olharmos os defeitos e os pontos negativos basta
abrir qualquer jornal, como fazemos diariamente. Mas acredito que
Portugal tem certas características nas quais o mundo inteiro deveria
inspirar-se.
Para começar, o mundo deveria aprender a cozinhar como os portugueses.
Os franceses aprenderiam que aqueles pratos com porções minúsculas não
alegram ninguém. Os alemães descobririam outros acompanhamentos além
da batata. Os ingleses aprenderiam tudo do zero.
Bacalhau e pastel de nata ? Não. Estamos falando de muito mais. Arroz
de pato, arroz de polvo, alheira, peixe fresco grelhado, ameijoas,
plumas de porco preto, grelos salteados, arroz de tomate, baba de
camelo, arroz doce, bolo de bolacha, ovos moles. Mais do que isso, o
mundo deveria aprender a se relacionar com a terra como os portugueses
se relacionam.
Conhecer a época das cerejas, das castanhas e da vindima. Saber que o
porco é alentejano, que o vinho do Porto é do Douro. Talvez o pequeno
território permita que os portugueses conheçam melhor o trajecto dos
alimentos até à sua mesa, diferente do que ocorre, por exemplo, no
Brasil.
O mundo deveria saber ligar a terra à família e à história como os
portugueses. A história da quinta do avô, as origens transmontanas da
família, as várias receitas típicas da aldeia onde nasceu a avó. O
mundo não devia deixar o passado escoar tão rapidamente por entre os
dedos. E embora alguns digam que Portugal vive do passado, tenho
certeza de que é isso o que os faz ter raízes tão fundas e fortes.
O mundo deveria ter o balanço entre a rigidez e a afecto que têm os portugueses.
De nada adiantam a simpatia e o carisma brasileiros se eles nos
impedem de agir com a seriedade e a firmeza que determinados assuntos
exigem. O deputado Jair Bolsonaro que defende ideias piores que as de
Donald Trump emergiu como piada e hoje se fortalece como descuido no
nosso cenário político.
Nem Bolsonaro nem Trump passariam em Portugal. Os portugueses - de
direita ou de esquerda - não riem desse tipo de figura nem permitem
que elas floresçam. Ao mesmo tempo de nada adianta o rigor japonês que
acaba em suicídio ou a frieza nórdica que resulta na ausência de
vínculos.
Os portugueses são dos poucos povos que sabem dosear rigidez e afecto,
acidez e doçura, buscando sempre a medida correcta de cada elemento,
ainda que de forma inconsciente. Todo país do mundo deveria ter uma
data como o 25 de Abril para celebrar. Se o Brasil tivesse uma data
para celebrar o fim da ditadura, talvez não observássemos com tanta
dor a fragilidade da nossa democracia. Todo país deveria fixar o que é
passado e o que é futuro através de datas como essa.
Todo idioma deveria conter afecto nas palavras corriqueiras como o
português de Portugal transporta. Gosto de ser chamada de "miúda".
Gosto de ver os meninos brincando e ouvir seus pais chama-los
carinhosamente de "putos". Gosto do uso constante de diminutivos.
Gosto de ouvir ”magoei-te ?” quando alguém pisa no meu pé. Gosto do
uso das palavras de forma doce.
O mundo deveria aprender a ter modéstia como os portugueses muito
embora os portugueses devessem orgulhar-se mais do seu país do que
costumam. Portugal usa suas melhores características para aproximar as
pessoas, não para afastá-las. A arrogância que impera em tantos países
europeus, passa muito longe dos portugueses. O mundo deveria saber
olhar para dentro e para fora como Portugal sabe. Portugal não vive
centrado em si próprio como fazem franceses e os norte- americanos.
Por outro lado não ignora importantes questões internas priorizando
somente o que vem de fora, como ocorre com tantos países colonizados.
Portugal é um país muito mais equilibrado do que a média e é muito
maior do que parece.
Acho que o mundo seria melhor se fosse um pouco mais parecido com Portugal.
Essa sorte pelo menos, nós brasileiros, tivemos!

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Caminho de El-Rei FABULÁSTICO!

 

Arte em vidro


Este é um PAPA atualizado

"Não há fogo no inferno, Adão e Eva não são reais", diz Papa Francisco
Um homem que está lá para abrir muitos “segredos ” antigos na Igreja Católica é o Papa Francisco. Algumas das crenças que são realizadas na igreja, mas que são contra a natureza amorosa de Deus, estão sendo revistas pelo papa, que foi recentemente nomeado o "homem do ano ‘ pela revista TIME.
Em suas últimas revelações, o Papa Francisco disse:
”Por meio da humildade , da introspeção e contemplação orante, ganhamos uma nova compreensão de certos dogmas. A igreja já não acredita num inferno literal, onde as pessoas sofrem. Esta doutrina é incompatível com o amor infinito de Deus. Deus não é um juiz, mas um amigo e um amante da humanidade. Deus nos procura, não para condenar, mas para abraçar. Como a história de Adão e Eva, nós vemos o inferno como um artifício literário. O inferno é só uma metáfora da alma exilada (ou isolada), que, como todas as almas em última análise, estão unidos no amor com DEUS.“
Num discurso poderoso que está repercutindo em todo o mundo , o Papa Francisco declarou:
”Todas as religiões são verdadeiras, porque elas são verdadeiras nos corações de todos aqueles que acreditam neles. No passado, a igreja considerava muitas coisas como pecado que hoje já não são julgadas dessa maneira. Deus como um pai amoroso, nunca condena seus filhos. A nossa igreja é grande o suficiente para heterossexuais e homossexuais, por pró-vida e pró-escolha! Para os conservadores e liberais, até mesmo os comunistas são bem-vindos a se juntarem a nós. Todos nós amando e adorando o mesmo Deus. “Nos últimos seis meses , os cardeais, bispos e teólogos católicos têm debatido na Cidade do Vaticano, sobre o futuro da Igreja e da redefinição das doutrinas católicas e seus dogmas.”
O catolicismo é uma religião agora, “moderna e razoável, que passou por mudanças evolutivas. Hora de deixar toda intolerância. Devemos reconhecer que a verdade religiosa evolui e muda. A verdade não é absoluta ou imutável. Mesmo ateus reconhecem o divino. Através de atos de amor e caridade um ateu reconhece Deus, bem como, redime a sua alma, tornando-se um participante ativo na redenção da humanidade. “
”DEUS está mudando e evoluindo como nós , porque Deus habita em nós e em nossos corações. Quando espalharmos o amor e bondade no mundo, nós reconheceremos nossa divindade. A bíblia é um livro sagrado bonito, mas como todas as grandes obras antigas, tem passagens que estão desatualizadas. Algumas passagens chamam mesmo para intolerância ou julgamento. É o tempo de ver estes versos como interpolações posteriores, contra a mensagem do amor e da verdade. Com base na nossa nova compreensão, vamos começar a ordenar mulheres como cardeais, bispos e sacerdotes. No futuro, é minha esperança de que, um dia, um papa feminino não permita que qualquer porta que está aberta para um homem, seja fechada para uma mulher."
Alguns cardeais da Igreja Católica são contra as recentes declarações do Papa Francisco.

O meu novo temóvel


Espetacular


Mensagem para TRUMP


quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Concerto celebrado na Catedral da Sagrada Família, Barcelona.

 Interpretação de Mónica Narrando, da célebre prece “Amazing Grace”,

acompanhada pela Orquestra Sinfónica Jovem de Barcelona, da Banda de Gaitas  Xuntanza da Catalunha e da Polifonia de Puig-Reig.

A intervenção das gaitas de foles é supreendente !

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

terça-feira, 4 de julho de 2017

O Avô e o Neto

Então, uma tarde , de repente, o neto perguntou:
- Quantos anos tem, avô?
E o avô respondeu:    Bem, deixa-me pensar um momento...

Nasci antes da televisão, e já crescidinho apareceu, com um único canal e a preto e branco.
Nasci antes das vacinas contra a poliomielite, das comidas congeladas, da fotocopiadora, das lentes de contacto e da pílula anticoncepcional.
Não existiam os radares, os cartões de crédito, o raio laser nem os patins on-line.
Não se tinha inventado o ar condicionado, as máquinas de lavar e secar, (as roupas secavam ao vento) e frigoríficos quase ninguém tinha.
Pouca gente tinha automóvel ( contavam-se pelos dedos ) e não havia semáforos por não serem precisos.
O homem nem tinha chegado à lua.
A tua avó e eu casámos e só depois vivemos juntos e em cada família havia um pai e uma mãe.
"Gay" era uma palavra inglesa que significava uma pessoa contente, alegre e divertida, não homossexual.
Das "lésbicas nunca tínhamos ouvido falar e os rapazes não usavam "piercings."
Nasci antes das duplas carreiras universitárias e das terapias de grupo.
Não havia computador, comunicávamos através de cartas, postais e telegramas.
"Mails, chats e Messenger", não existiam. Computadores portáteis ou Internet nem em sonhos...
Estudávamos só por livros e consultávamos enciclopédias e dicionários.
Chamava-se a cada polícia e a cada homem "senhor" e a cada mulher "senhora".
Nos meus tempos a virgindade não produzia cancro.
As nossas vidas eram governadas pelos 10 mandamentos e bom juízo.
Ensinaram-nos a diferenciar o bem do mal e a ser responsáveis pelos nossos actos.
Acreditávamos que "comida rápida" era o que comíamos quando estávamos com pressa.
Ter um bom relacionamento, queria dizer dar-se bem com a família e amigos.
Tempo compartilhado, significava que a família compartilhava as férias juntos
Ninguém conhecia telefones sem fios e muito menos os telemóveis.
Nunca tínhamos ouvido falar de música estereofónica, rádios FM, Fitas, cassetes, CDs, DVDs, máquinas de escrever eléctricas, calculadoras (nem as mecânicas quanto mais as portáteis).
"Notebook" era um livro de anotações.
"Ficar" dizia-se quando pessoas ficavam juntas como bons amigos.
Aos relógios dava-se corda todos os dias, mesmo aos de pulso.
Não existia nada digital, nem os relógios nem os indicadores com números luminosos dos marcadores de jogos, nem as máquinas.
Falando de máquinas, não existiam as cafeteiras eléctricas, ferros de passar eléctricos, os fornos microondas nem os rádios-relógios despertadores. Para não falar dos vídeos ou VHF, ou das máquinas de filmar minúsculas de hoje...
As fotos não eram instantâneas e nem coloridas. Eram a branco e preto e a sua revelação demorava mais de três dias. As de cores não existiam e quando apareceram, a sua revelação era muito cara e demorada.
Se nos artigos lêssemos "Made in Japan", não se considerava de má qualidade e não existia "Made in Korea", nem "Made in Taiwan", nem "Made in China".
Não se falava de "Pizza Hut" ou "McDonald's", nem de café instantâneo.
Havia casas onde se compravam coisas por 5 e 10 centavos. Os sorvetes, os bilhetes de autocarros e os refrigerantes, que se chamavam pirolitos, tudo custava 10 centavos.
No meu tempo, "erva" era algo que se cortava e não se fumava.
"Hardware" era uma ferramenta e "software" não existia.

Fomos a última geração que acreditou que uma senhora precisava de um marido para ter um filho .
Agora diz-me, quantos anos achas que tenho?
- Meu Deus, Avô! Mais de 200! (disse o neto).
- Não, querido. Tenho 66.
 


segunda-feira, 26 de junho de 2017

domingo, 25 de junho de 2017

sexta-feira, 9 de junho de 2017

O brasileiro Pedro "Scooby" Viana cai e Lucas "Chumbo" Chianca em jet-ski tenta salvá-lo mas acabam os dois engolidos pelas ondas. 
Everardo Pato Teixeira salva os dois, à vez, noutro jet-ski. 
Toda a cena foi filmada por um drone.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

quarta-feira, 17 de maio de 2017

sábado, 29 de abril de 2017

Escândalos da Lisboa Antiga

 



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O Majestic Club, hoje Casa do Alentejo, foi o primeiro casino da capital onde se faziam e desfaziam fortunas numa noite
  | GERARDO SANTOS/GLOBAL IMAGENS

Três horas para ir da Praça da Alegria até à Rua do Carmo? A "culpa" é das imensas histórias, mais ou menos escandalosas, que saltam a cada passo destes cerca de dois quilómetros
A Praça da Alegria como ponto de encontro para uma visita guiada com o título Lisboa Escandalosa não provoca grande surpresa se pensarmos que no número 58 da praça funcionou durante muitos anos uma referência da noite lisboeta, o cabaré Maxime. Mas não é por aí que Mónica Queiroz, técnica da Câmara Municipal de Lisboa e guia desta viagem, começa este itinerário pedestre, um dos muitos que a autarquia organiza regularmente, realizado pela primeira vez na última quinta-feira e que se repetirá em várias datas até junho.
O busto do músico, pintor e poeta Alfredo Keil (1850-1907), que empresta o nome ao jardim situado no meio da praça, dá o tom e leva o grupo de mais de duas dezenas de curiosos - muitos deles habitués destes itinerários - ao final do século XIX e a uma incursão por um símbolo nacional. Mais propriamente o hino - e o escândalo provocado pela letra de Henrique Lopes de Mendonça para a música composta por Alfredo Keil. A razão é simples: inicialmente (1890), um dos versos do refrão de A Portuguesa era "contra os bretões marchar, marchar" em vez de "contra os canhões marchar, marchar", pondo em causa a aliança entre Portugal e Inglaterra, velha de mais de cinco séculos, numa reação contra o Ultimato britânico que obrigava Portugal a retirar as forças militares do território entre as colónias de Moçambique e Angola.
Ainda no Jardim, outro escândalo, este mais caseiro. E mais um recuo no tempo, agora até à Lisboa setecentista e ao caso de adultério da jovem e bonita Isabel Xavier Clesse, "que tentou envenenar o marido, Tomás Luís Goilão, um piloto da carreira das Índias que, por isso mesmo, passava muitos meses fora de casa", conta Mónica Queiroz. Ora, "o ácido nitroso que Isabel mandou o seu criado João comprar numa botica, dizendo que era para tratar dos calos ao marido", acabou por não ser fatal ao piloto, que se salvou. Já Isabel acabou por ser condenada à morte, por enforcamento, ali mesmo, na Praça da Alegria. A guia explica porquê: "Este local, onde até 1833 se realizava a feira da ladra, foi também Campo de Forca."
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A Praça da Alegria funcinou como Campo de Forca
  |  ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA

Ainda no mesmo local, regresso ao século XX, aos anos 20 e à fundação dos teatros do Parque Mayer - Maria Vitória (1922), Variedades (1926), Capitólio (1931) e ABC (1956) - e "à criação de cabarés e outros clubes noturnos, tendência que se manteve até aos anos 1950". Finalmente o Maxime, "o Ricks" Café de Lisboa, um ninho de espiões alemães, ingleses e franceses durante a Segunda Guerra Mundial", conta. "As bailarinas que aí trabalhavam tentavam conseguir informações a uns para vender a outros."

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O Cabaret Maxim era o Rick's café de Lisboa durante a Segunda Guerra Mundial
  |  GERARDO SANTOS/GLOBAL IMAGENS

Percorrendo uns metros na Rua da Glória, encontra-se a indicação "Tuna Comercial de Lisboa" no edifício do número 57. Era aí que em 1915 funcionava o Clube Montanha, e o cartaz que Mónica Queiroz mostra anuncia "jazz band, variedades", com indicação da hora de abertura, 19.00, quanto ao fecho... Este foi um dos muitos clubes noturnos da Baixa onde os loucos anos 1920 agitaram a vida da capital. Estes espaços de diversão estavam ligados à modernidade de costumes e atitudes, muitas vezes vistos como escandalosos, claro, seja da moral vigente, das novas músicas que aí se ouviam ou das danças aí praticadas. Mas também por efetivas violações à lei, como era o caso do consumo de drogas, com destaque para a cocaína. "Foi neste clube que uma famosíssima corista francesa, Charlotte, introduziu o consumo da cocaína." E se nos vizinhos Ritz Club ou Maxim"s, agora Palácio Foz, era preciso uma bolsa mais recheada, "aqui bastavam 20 escudos para ser noite até de manhã", diz a guia, citando o cantor Vitorino.

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Em 1908, no Palácio Foz foi criado o mais importante clube noturno da cidade, o Maxim's
  |  GERARDO SANTOS/GLOBAL IMAGENS

Descendo a Travessa da Glória em direção à Avenida da Liberdade, o restaurante Sancho é aproveitado por Mónica Queiroz para recordar os anos escandalosos entre 1253 e 1258, em que Portugal foi um país excomungado pelo Papa. Com a sucessão em perigo por falta de herdeiros de D. Sancho II, o seu irmão, D. Afonso III, envolve-se numa conspiração no sentido de tomar a coroa. Casado desde 1235 com Matilde, condessa de Bolonha, também não tinha herdeiros e, por isso, em 1253 casa-se com D. Beatriz, filha de D. Afonso X, de apenas 9 anos. Ora, como Matilde de Bolonha só morreu em 1258, "o Papa não podia abençoar um rei bígamo".

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No Convento da Anunciada, uma freira forjou chagas nas mãos e nos pulsos
  |  GERARDO SANTOS/GLOBAL IMAGENS

É já do outro lado da Avenida, no Largo da Anunciada, junto à Igreja de São José, que chega um escândalo envolvendo a igreja. Aqui a protagonista é Soror Maria de Visitação de Menezes, que nos pulsos e nas mãos forjou chagas, com a ajuda involuntária do pintor espanhol Fernão Gomes que na altura estava a trabalhar no Convento da Anunciada. Com a Infanta D. Maria, filha de D. Manuel I, a ser enganada por esta religiosa que visitava, bem como Filipe II, "que também acreditava na veracidade das chagas", é fácil perceber que este caso tenha alimentado muita literatura escandalosa e proibida.

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Decoração do Majestic Club remete para universo das Mil e Uma Noites
  |  GERARDO SANTOS/GLOBAL IMAGENS

Literatura essa que volta a ser referida já no regresso à Avenida da Liberdade, junto ao busto do escritor e político Pinheiro Chagas (1842-1895), amigo do escritor e jornalista Alfredo Gallis (1859--1910), que se tornou bastante popular com os folhetins e romances plenos de referências sensuais.

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No Rossio, paragem obrigatório em frente ao Café Nicola com referência a Bocage
  |  GERARDO SANTOS/GLOBAL IMAGENS

Uns passos mais à frente, nova paragem frente ao Condes, hoje o Hard Rock Cafe Lisboa. Um regresso à década de 70 do século XVIII para falar da atriz italiana Anna Zamperini, que atuou no teatro que aí existia na altura, e o desassossego que gerou na sociedade de então a sua relação com o padre Manoel de Macedo e com o filho do Marquês de Pombal, então presidente do Senado da Câmara de Lisboa. Conta Mónica Queiroz que, para garantir meios financeiros para o teatro (e para a sua sua amada), Henrique José de Carvalho e Melo convocou os comerciantes mais importantes da cidade e, com uma sala iluminada por 200 velas, fez entrar Anna Zamperini. A encenação foi convincente.

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Em reação ao livro "Portugal de Relance" de Madame Ratazzi, Bordalo Pinheiro fez uma caricatura da descendente de Napoleão
  |  MUSEU BORDALO PINHEIRO

De costas voltadas para o Condes, o itinerário regressa aos primeiros anos do século XX com passagem pelo agora Palácio Foz, que, em 1908, era "o melhor cabaret dancing de Lisboa, com sessões de striptease". "Com uma porta principal e outra secreta, com salas privadas, era uma casa de luxo, e para aí se entrar era preciso ter um cartão; era de grande prestígio social conseguir esse cartão", revela.
Por entre outras histórias que vai desfiando, Mónica Queiroz encaminha o grupo para as Portas de Santo Antão, com entrada na atual Casa do Alentejo, o primeiro casino da capital, inaugurado em 1918 com o nome de Majestic Club. O empresário Júlio César Resende "chama uma equipa de decoradores" e o seiscentista Palácio Alverca é renovado em estilo neomourisco. "Aqui entramos nas Mil e Uma Noites, onde se faziam e desfaziam fortunas numa noite", contextualiza. No primeiro andar, um palco divide o salão do restaurante e a sala de jogo, ambas decoradas com sensuais figuras femininas, e por onde circulavam "as papillons que tinham como missão manter os homens a beber e a jogar, a gastar dinheiro".
Após uma passagem pelo Rossio - onde Mónica tanto conta histórias do tempo da expansão em que o exotismo vindo das terras exploradas pelo portugueses ia espalhando o espanto durante o reinado de D. Manuel I como lê uma das poesias eróticas que notabilizaram Bocage (1765-1805) -, o itinerário termina no início da Rua do Carmo. Pretexto? O Hotel Europa, depois Armazéns do Chiado, onde entre 1874 e 1876 se instalou Madame Rattazzi, descendente da família de Napoleão Bonaparte, que, depois de regressar a Paris, escreveu o livro Portugal de Relance, no qual faz um retrato da sociedade portuguesa e, mais do que isso, denuncia esquemas de corrupção relacionados com lotaria e investimentos na bolsa. As denúncias, vindas de uma estrangeira, não foram bem-vistas e valeram uma caricatura de Bordalo Pinheiro, com a qual Mónica termina este itinerário - "um dos vários possíveis" - à Lisboa Escandalosa.

Giordano Cardoso