É verdade: como o tempo passa?!?! Já lá vão três meses que não escrevo nada no meu blog!...
Tantos quantos os que faltei aos encontros das últimas quartas feiras. Mas a esta não faltei. Fui mesmo mais cedinho para poder admirar as obras do Terreiro do Paço e dar uma voltinha pela Baixa. ÀH, e fui de barco, Cacilheiro, como ainda se lhe chama. Para o alcançar servi-me do Metro Sul do Tejo que pàra mesmo à minha porta. Uma delícia viajar agora para Lisboa por Cacilhas e Cáis do Sodré!
A Baixa é que está descaracterizada, com o Terreiro do Paço revolto pelas máquinas e o mau cheiro dos esgotos a espalhar-se pelas geométricas artérias pombalinas.
Nos tapumes da obra pude admirar alguns elementos decorativos apropriados e sobretudo deliciei-me com uma poesia de Pessoa, assinada por um dos seus heterónimos, Alberto Caeiro,a propósito do Rio Tejo.
Cito de memória:
"O Rio Tejo é muito grande
O Rio Tejo é maior que a ribeira da minha aldeia
O Rio Tejo tem beleza e desagua no mar imenso
A ribeira da minha aldeia
passa atravès dos montes
e desagua num rio pequeno
O Rio Tejo tem do outro lado as Américas
A ribeira da minha aldeia tem do outro lado
montes e serras floridas e pomares generosos
A Ribeira da minha aldeia
é mais bonita do que o Rio Tejo!"
E pronto, passando sob o arco dedicado aos feitos dos nossos maiores, lá fui subindo a Rua Augusta pejada de estrangeiros, uns turistas outros imigrantes mais ou menos desinseridos, dando à cidade um colorido cosmopolita ainda mais acentuado.
O Rossio e o Largo de São Domingos são outros pontos fortes do cosmopolitismo de Lisboa, aqui com o predomínio de gente africana.
Finalmente, à hora pre-definida lá nos encontrámos ao fundo da Rua Jardim do Regedor: já me esperavam o Jacinto Latas e o Dr José dos Anjos Guilhoto. Depois foram chegando o Robalo, o Xico Acabado e o Contreiras logo seguido pelo Silva Pinto. Finalmente, e como é habitual, apareceu o Jacinto Xarrama.
Lembrámos dois faltosos por motivo de força maior: O Túbal e o Manuel Guardado, ambos por falta de saúde. Auguramos-lhes rápidas melhoras!
E lá fomos até ao local de repasto, onde o convívio foi animado, sem grandes preocupações com a qualidade das iguarias, mas antes sedentos por saber novidades que a todos respeitem.
Foi um pedaço de tarde bem passado, em que a saudade e a nostalgia das nossas recordações acabam sempre por vir ao decima e por dominar todas as conversas.
Depois dum "eduardinho" ou duma "jinjinha", ali mesmo às Portas de Santo Antão, perto do local onde Camões foi prisioneiro por rixa descontrolada, cada um seguiu ao seu destino, até daqui a um mês no próximo encontro que gostaríamos que fosse em Coimbra!
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