quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Uma boa jornada em Cuba

De acordo com o planeado, o grupo completou-se na estação do Pragal com a entrada do Noca no comboio intercidades Lisboa-Beja. Os convivas já tinham ocupado aqueles lugares mais propícios para a cavaqueira, isto é aqueles em que os viajantes ficam frente a frente, virados para as simpáticas mesas que até dão para jogar à sueca, ao sete e meio, ou mesmo à "lerpa".

A viagem decorreu normalmente e pelas 11H30 estávamos a chegar ao destino, a airosa vila de Cuba, onde nos aguardava o incansável Antonino Mendonça. Aqui vai uma primeira foto de grupo tirada no jardim local, da esquerda para a direita: Fernando, Latas, Mata, Lourenço, Acabado, A.Mendonça, Guilhoto e Robalo.


Mais uma informal em que o Latas e o Fernando enquadram o Mata muito executivo.


A primeira homenagem foi ao escritor Fialho de Almeida, ilustre filho desta vila e aqui sepultado em mausoleu adornado com os felinos que ele escolheu para dar nome e simbologia à sua obra "Os Gatos": veja-se o topo do monumento.


De seguida, não podíamos deixar de visitar a estátua do mais ilustre filho desta terra de barro gordo: o grande navegador e oficialmente descobridor do Novo Mundo, Cristóvão Colombo.
A estátua é sugestiva, mas parece-me colocada em local impróprio, não só pela pobreza do enquadramento, mas também pela direcção em que a colocaram. Talvez para observar o ocidente, como parece ser, mas em contrapartida o monumento perde em luminosidade e resplendor. Penso que é possível melhorar as condições de apresentação desta evocação mais do que merecida.

Passámos depois pelo igreja matriz, de arquitectura regional do século XVII, muito austera, mas exteriormente alegre, como convém a uma terra alentejana.

No interior esperáva-nos o Nuno, um rapaz muito sabedor das coisas da arte, nomeadamente da relacionada com este templo que se impõe ao visitante pela sua azulejaria do século XVII, onde sobressaem os painéis laterais relativamente ao "salão", (espaço reservado aos fiéis), coberto por abóbada de canhão. No presbitério e altares laterais emerge a talha joanina, nuns casos ainda original, caso raríssimo, e noutros muito bem recuperada e até, do lado esquerdo, um caso de acasalamento, muito bem conseguido, de vários elementos trazidos de outros monumentos irrecuperáveis da região.

Aqui os visitantes ouvem as explicações muito completas e clarificadoras do Nuno e admiram os painéis de azulejos seiscentistas encravados nas grandes paredes adornadas igualmente de azulejos da mesma época.

Após visita ao espólio constituido por parte do riquíssimo e volumoso acervo de peças sacras e outros artigos de uso nas cerimóneas religiosas da Igreja Matriz, seguiu-se naturalmente o repasto no "Chave de Ouro", onde uma irritante avaria da máquina, por falta de pilhas, não permitiu guardar as imagens iniciais. Aqui temos o Robalo, o Lúcio e o Guilhoto numa fase já adiantada do ágape.

Aqui o Fernando e o Mata, consultam já os seus telemóveis, para saber dos últimos contactos tentados ou conseguidos por sms.

Entretanto o Lourenço dá as últimas instruções ao Robalo sobre o modo como irá decorrer a viagem de regresso, recomendando-lhe que não deixe de transmitir os seus conhecimentos sobre vacaturas e peenchimento das cátedras episcopais portuguesas, assunto em que se vem revelando o maior "expert" das nossas relações.

Em seguida, após uma passagem pelos pontos mais significativos da vila, com obra realizada pelo Poder Autárquico e visitadas algumas capelinhas típicas, para comprar souvenires, sobrando algum tempo, demos um salto à Horta do Lúcio, onde fomos recebidos, em festa, pelo seu Rafeiro Alentejano, um exemplar com grande e imponente presença. Já caira a noite permitindo ver ao longe a iluminação da cidade de Beja, quando dali nos saimos directamente para a estação do Caminho de Ferro, para dar início à viagem de regresso. Mais duas horas de cavaqueira, eu diria de monólogo em que o Robalo deliciou os seus pares com uma exposição "sui generis" sobre bispos, arcebispos e cardeais e outras coisas mais, tais como, cátedras e sedes, vacantes e proeminentes, antigas e recentes, bem como as circunstâncias de vacatura e provimento que as tem envolvido, desde tempos muito remotos

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