quarta-feira, 30 de maio de 2012

Baleal, 30 de Maio de 2012

Já estávamos cheios de saudades, não era? Apresento as minhas desculpas primeiro por não ter comparecido em Abril e depois por não ter feito a crónica de Março, sobre o evento habitual mas não rotineiro, que consiste na nossa reunião de convívio nas últimas quartas-feiras de cada mês.
Hoje, foi especial: compareceram 12 convivas, ou seja 12 "amigos da ponta da unha".
Foram eles, sem ordem nem intuitos discriminatórios: ZÉ MIGUEL, neófito nestas andanças, JOSE AUGUSTO GUILHOTO, ANTONINO MENDONÇA, JOSÉ GUERREIRO JOAQUIM, SILVESTRRE RALHA ARANHA, SILVA PINTO, JACINTO LATAS, XICO ROBALO, JOSÉ MATA (Matita), XICO ACABADO, JACINTO XARRAMA E NOCA, (Nobre Campos).
A disposição da mesa não foi a melhor para a partilha do convívio, mas não foi difícil estabelecerem-se "tertúlias", cada uma discorrendo sobre o assunto que melhor lhe aprouve, estabelecendo-se conversas animadas sobre os mais diversos e ocasionais temas, sem esquecer as recordações mais arreigadas nas nossas preciosas memórias.
O Silvestre Aranha fez questão de salientar o cumprimento de uma promessa antiga: o arrastamento do José Guerreiro Joaquim, para este grupo de amigos: Benvindo sejas José Guerreiro e Obrigado pelo teu empenho Silvestre Aranha!
O Antonino Mendonça deslocou-se, para o efeito, desde Beja: é obra, e digno de realce e forte consideração!
Os restantes são mais habitués, mas nem por isso dignos de menos reverência.
O Jacinto Xarrama, com seu anedotário sempre atualizado, foi dos últimos a chegar, hoje sem culpa porque o Noca o arrastou para a cauda da coluna.
O Zé Miguel, jovem muito bem apessoado, veio de Milfontes, residência do Zé da Ponte, com quem ficou de se encontrar.
O Silvestre lá me recordou a estória do autocarro e do Carman Guia. Ainda hei-de pôr aqui uma foto do meu primeiro auto. Era um mimo e uma belezura.
Nem tive tempo de falar com o Silva Pinto, pessoa que muito me apraz trocar opiniões.
Feitas a despedidas, viagei com o Antonino, de metro, comboio e depois metro de superfície, na minha cidade de Almada.
Adeus Amigos, até ao próximo convívio!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Alô, Alô, Vidiguera!...

Vidigueira, "Terras de pão, Gente de Paz", disse Fialho e, hoje, "Terra de Vinhedos", direi eu!
Uma maravilha de paisagem e a terra é acolhedora, limpa, soalheira, branca e rica, com todas as condições para ser um polo de desenvolvimento regional.
Além do sítio arqueológico da "VILA ROMANA" e depois mosteiro de São Cucufate, tem interesses atrativos como o espólio de São Cucufate, a Capela da Senhora das Relíquias e o Convento anexo, (hoje residência dos proprietários), e o Museu etnográfico, no centro da Vidigueira: um repositório de memórias, onde sobressaem a sala de aula duma escola dos anos 40 do século passado, uma barbearia e mercearia da mesma época e a sala da "AFERIÇÂO", onde estão preservadas as medidas adotadas no século XIX, coleção completa e muito bem conservada, além de diversas peças representativas das atividades agrícolas, com destaque para o ABEGÃO, muito bem representado.
Tive o prazer de fazer uma visita de estudo àquela vila alentejana, em companhia de um grupo sénior do BNU, grandes compinchas e bons companheiros, aos quais agradeço o bom acolhimento que, a minha esposa e eu, recebemos.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

E esta?

Quarta-feira, Maio 02, 2012

BPN, uma nódoa na democracia portuguesa



O lado mais vergonhoso no caso do BPN é o total desrespeito e desprezo pelos portugueses demonstrados pelas mais diversas instituições ou judiciais envolvidas no processo de fraude e nacionalização do BPN. Os portugueses estão a ser sacrificados para cobrir os prejuízos provocados por uma quadrilha de gente da política, mas é-lhe recusado o direito a conhecer na íntegra as responsabilidades em todo o processo. Os processos judiciais em curso não passam de farsas, são aquilo a que no Brasil chamam o boi da piranha, julga-se e condena-se Oliveira e Costa, que até está muito mal de saúde, para deixar passar a manada de vigaristas.
Compare-se a postura dos habituais agentes envolvidos nos últimos processos judiciais, como o Face Oculta ou o Freeport, com aquilo a que temos assistido no caso BPN. Agora que estão em causa muitos milhares de milhões de euros ninguém viu um responsável do sindicato dos Magistrados do Ministério Público exigir que sejam colocados meios à disposição dos investigadores ou que a investigação seja levada até ao fim, não se têm registado as habituais fugas ao segredo de justiça e o Presidente da República, ao contrário do que sucedeu no passado, não chamou nem o Procurador-geral nem o sindicalista a Belém, o presidente não tuge nem mude.
  
Num país onde os cidadãos são respeitados Cavaco Silva não só não se teria candidatado a um segundo mandato, como teria renunciado durante um primeiro mandato. Cavaco pode fazer as juras de honestidade que entender, pode dizer que perde dinheiro com os seus investimentos em acções, pode garantir que não nomeia secretários de Estado, mas a verdade é que ganhou muito dinheiro num negócio de acções da SLN, dona do BPN, um negócio feito à margem dos mercados e com o envolvimento directo de Oliveira e Costa, o criminoso do BPN que em tempos foi o secretário de Estado do Orçamento ao mesmo tempo que geria os dinheiros do PSD. Oliveira e Costa cuidou dos dinheiros do Estado no tempo de Cavaco, cuidou dos dinheiros do PSD no tempo de Cavaco e agora cuidou de um rentável negócio de acções de Cavaco. Desvincular-se de qualquer relação com Oliveira e Costa usando o argumento de que os secretários de Estados eram nomeados pelos ministros só merece uma gargalhada, apetece perguntar a Cavaco se quando comprou as acções da SLN também foi Miguel Cadilhe, o ministro que nomeou Oliveira e Costa, que lhe sugeriu o presidente do BPN para gestor dos seus negócios.

O BPN foi nacionalizado e a SLN ficou de fora porquê? Que interesses foram protegidos com a nacionalização do banco do cavaquismo, os dos amigos do Presidente ou os dos portugueses? Quem beneficiou de crédito fácil no BPN?
  
Graças ao DN o caso BPN renasceu no debate nacional e está-se ficando a saber de coisas até aqui desconhecidas. Mas muita coisa vai ser abafada, muita gente que lucrou com o negócio vai poder beneficiar desses lucros indevidos sem qualquer condenação social, os políticos responsáveis vão acabar os seus mandatos tranquilamente ou voltar a recandidatar-se sem quaisquer problemas. Entretanto os portugueses estão a ser sacrificados, perdem rendimentos, vão para o desemprego, perdem as suas casas para que os prejuízos do BPN possam ser cobertos enquanto tudo é abafado, condenam o Oliveira e Costa e o processo BPN mergulha para os fundos dos arquivos da justiça onde já estão atracados os submarinos.
  
Esta gente não tem a mais pequena consideração ou respeito pelos portugueses, corrompem-se e corrompem Portugal, enchem-se de dinheiro, inventam-negócios para se apropriarem de lucros fáceis e saem de tudo isto sem o mais pequeno incómodo enquanto os cidadãos comuns sofrem. Não é Cavaco, nem os seus antigos amigos do governo nem todos os vigaristas que ganharam dinheiro com negócios duvidosos do BPN nem os seus peões de brega no mundo do jornalismo, da política ou da justiça que estão a  sofrer com as políticas de austeridade. Esses estão a rir-se de todos nós.
  
O caso BPN não teve apenas custos financeiros, deu um rombo na democracia portuguesa, tirando credibilidade e legitimidade a algumas das suas mais importantes instituições.